Promessas

 

Não quero que cê pense que meu olhar se desviou, que me arrependo de não ter pensado nem por um segundo antes de acolher você, te dizer que “te amo”, de te contemplar sorrindo e sentir paz.

Meu amor lindo, eu simplesmente vou sempre te cuidar, porque é assim que somos e é assim que devemos ser. Percebe que só isso é que é certo, no final das contas?

Vou analisar, preciso. É o certo para mim. É o certo para nós.

Porém, sinto que preciso reforçar as certezas:

De tudo que te disse hoje, joguei no seu colo meus pensar-timentos , quero que prevaleça, que soe e ressoe até o reencontro: “Chuva de amor”, “Que saudade!”, “Te amo”.

Eu não moro mais em mim?

 Quão difícil é ser honesta comigo mesma.

Olhar e ver o que tem de eu em mim...

Quando te recebo na minha mente e deixo você flluir eu me apago.

Estou me anulando um pouco em nome de nós e a força que havia em mim, outra vez, vejo sumir...

É como um velho lampião a gás que vai sumindo, sumindo, até não sobrar nenhum pedaço de luz azul resistindo ao breu.

Muitas vezes eu amei e nenhuma delas foi assim.

Nas outras vezes não havia verdade, só imaturidade, ilusão sem fim.

E aí eu me perdi, porque parece que sou autodestrutiva mesmo. Parece que gosto dessa sensação de medo, mas não gosto nenhum pouco, não gosto mesmo...

Porque aprendi a amar tão errado com os outros amores.

Estar ao seu lado deveria ser suficiente, mas não é.

Não posso me conformar com migalhas de afeto. 

Ou terei você inteira ou serei só.

Há lugar pra mim em mim.

E se...

 E se esse agora for o começo do fim?

Eu deveria chorar? 

Me desesperar?

Ou só esperar...

Des-esperar: não esperar.

O caminho, dizem, se faz ao caminhar.

E eu, eu estou indo.

Não sei como, nem pra onde, mas quero ir o quanto antes pra onde eu me sinta eu.