sábado, 30 de maio de 2009

Por Dentro Dele

Entorpecente, no mínimo.
Quase tupi, semi francês.
Atraente, envolvente e delirante... talvez, mas só talvez, seja delicioso.


O melhor é esse mistério, essa expectativa, esse desejo invertebrado e perigoso.

Sobre fustrações

Até quando você vai dar atenção á quem não merece?
Eu preciso ir pra casa.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Solteiramaisuminverno.com

A paisagem sussurrando o inverno é evidente.
Enquanto o vento rodopia no meu rosto, fazendo meus cabelos dançarem, a ausência machuca tanto quanto o frio cortando meus lábios
A verdade é que preciso de bem mais que uma xícara grande de café, um par de meias e comédia romântica na T.V.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Movimentos - Fantoche

Não deveria ser assim.
Mesmo que sem razão, é como se ele rodopiasse por entre as minhas cores.
Meus pés vão pra frente impulsionados, farejando pelo brilho dele nos corredores.
É tão imaturo, que parece ser intolerável, e, embora eu precise de um tempo pra calcular, eu acho que ele comanda os movimentos do meu corpo.
Há pouco eu não diria, mas agora...
Agora é fácil perceber que seus movimentos vão desde as minhas mãos até os carinhos da minha boca.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pensamentos Baixos

No final das contas suas provocações ficam isoladas, perdidas na minha imaginação fértil e desinibida.
Me enchem de vontades aqueles trejeitos todos, mas é dificil dizer o que. Curiosidades, talvez fetiches, não sei ao certo o que se passa na minha cabeça e menos ainda o que se passa no meio das minhas ou das pernas dele.
Ele não sabe ser instigante por completo.
Só é intrigante, e isso me enche de preguiça.

domingo, 24 de maio de 2009

Habitação

Tê-la em mim e ter entrado em partes dela antes intocadas, me fez quase esquecer as outras muitas vezes em que a tive amarga.
Aparentemente eu sou uma louca buscando alento no que já foi o meu maior motivo de fúria.
Ao abraçá-la nua, sentindo suas curvas por entre o suor dos nossos corpos cansados, minha mente vagava no passado, enquanto no presente eu simplesmente me deliciava na sua pele morena.
É incrível como eu ainda consigo.
Mesmo depois de tanto tempo, de toda a dor, toda a vontade.
A verdade é que não é a pele, nem seu gosto, nem seu cheiro... só os seus olhos já são suficientes.

Metrópole

Nada tão surreal quanto essa falta de vida.
Mil fusões, mil barulhos, mil turbilhões.
Pessoas de alma (in)recicláveis

Insetos interiores devorando a carne,
Enquanto o cérebro é trocado por computadores
Maquinas malditas! ainda fingem que pensam!

Quanto aos sentimentos?
Esses são isolados nos asfaltos da grande urbe
Que nunca pára, nunca pede, nunca cala.

Se a noite traz algum conflito
A dor se encerra nos desequilíbrios das luzes,
Enquanto da cobertura dum palace, qualquer um pode derramar lagrimas de poliuretano.

sábado, 23 de maio de 2009

Herança de Fim de Vida

A tragédia de uma vida despenco agora, em mil palavras (ou menos de mil, não detalharei, perdoem-me por isso, mas não é plausível dois pontos ou mais nessa infame lastima), que peço, por favor, atenção nenhuma, vou só desperdiçar aqui (mais por falta de companhia que por consolo) o que me resta ainda em pedaços de mim: Papel e pena.
Pena eu não ter vos conhecido antes de estar tão perto do meu fim, embora eu pouco me importe com isso de fim, na verdade eu já me conformei. É bem comum conformar-se depois de anos num asilo (qual carinhosamente chamam de ‘Casa de Repouso’).
Quanto se tem mais de 70 anos a ironia se torna algo tão corriqueiro que chamar um asilo onde velhos são abandonados de Casa de Repouso é o mesmo que criar uma clinica clandestina de aborto e por nome de Clinica de Aborto Anjinhos de Deus.
Desculpe as criticas, não quero desfechar opiniões aqui, essa não é a intenção, a verdade meu leitor (se você existir e ainda estiver lendo essa nota), é que minha vida nunca foi vivida... Pelo menos não por mim, só vivi até os 15, depois já não me lembro.
Ah, por logo deixo claro que não vou obrigar-te a identificar-se com meus contos, mas não tenho parentes ou amigos vivos e minha herança eu preciso acabar por passá-la, ainda que seja uma pequena história medíocre a um estranho derrotado como eu, por que cá entre nós, alguém que pára pra ler-me a essa altura e com toda essa minha cegueira (mal enxergo as talhas do papel ao deslizar por ele a pena) só sendo mesmo um derrotado.
Em todo caso, caro, não fique triste comigo por chamar-te assim, saiba que a vida é mesmo tirana e todos nós sofremos de perdas e derrotas, claro que uns mais, assim como você e eu, há-há.
Desgraça vivi por sempre, mesmo sem viver por mim, meu deus, como amei!
Sabe aquele dito ‘ruim com ele, pior sem ele’? Falaram-me quando eu era jovem que diziam de homens, de sexo, mas na verdade esse dito foi feito pro amor. E a culpa de minha velhice estar em Casas de Repouso é toda dele, do tal do amor.
Quando o vi pela primeira vez eu tinha apenas a juventude estampada nos olhos e livros lambidos de mal-do-século.
Ela riu-me e deu-me uma flor e me chamou de flor de sua laranjeira, agarrou-me pelas pernas, e eu mesmo sem nenhum preparo físico não senti câimbra alguma em correr kilometros de alma ao lado daqueles cabelos castanhos e pele com pintas.
- Uma observação sobre as pintas da moça: Uma tirava-me o fôlego, a que ela guardava do lado direito do pescoço.
Não houve toques íntimos, só os íntimos de alma, afinal. Fazia-me feliz ainda que não tocasse minha pele, juro por Deus que por vezes quis arrancá-lo de mim (o amor, falo), porém eu não queria arrancá-la de mim (agora falo da moça pequena, de cintura fina e quadril vantajoso).
No final de um ano estava presa a eles (ao amor e a moça) como capim preso a terra, como linha costurada no corte mais detalhado de um espartilho encarnado, e confesso, como me fazia bem segurar firme sua cintura, estar perto de seus seios, deitar em seu colo, Deus, era um vicio.
Não posso detalhar-me mais, mas vivi por sempre como colchete e espartilho de moça.
Vou resolver logo por pontos aqui, já que minhas mãos cansaram-se e não cabem vírgulas numa prosa arruinada.
Veio de mim um outro qual guardara anos, e dona-de-mim foi-se com ele por lados quais não quis saber quais eram.
Gritar, soprar fogo ou quase, morrer por mim ou algo que o valha, tentei, mas não consegui feito algum que sarasse minha dor.
Depois que se foi vieram moços requintados, abusados, moças loiras, moças recatadas, e moças e moços e de pele não faltou pra minha pele, porém minha alma sentia frio sem a cintura da flor de laranjeira em deslizar por meus dedos.
Não querendo viver de alma cansada e nem de mal-do-século eis que vi a solução:
Guardei-me em mim.
Eu só tenho 16 (quase 17) e minha idade é de pra lá de 70, que conseqüência roubou de mim aqueles cachos! Por hora eu envelhecia meses, por dias anos, por anos décadas, por fim asilei-me numa Casa de Repouso e semana passada tatuei-me com os dizeres:
- Flor de Laranjeira, já que não te vai fica logo em mim.


Se lestes o fim, deixo aqui um grande amplexo por ter sido leitor atencioso e companhia corajosa. Desculpe-me pela vulgaridade de omitir detalhes, mas minha memória não me deixa lembrar a fim de guardar a integridade física do meu corpo enrugado.


Acabo de escrever em papel com pena fina e tinta preta a introdução do fim de minha vida, Ingrid Regina, mal vivida da silva ou algo que o valha.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Evolução

Agora é diferente.
Não que tudo mudou! A essência é a mesma: Limpa, clara e com cores em efeito-melância.
É só que quando eu saio do banho existe mais verdade do que lirismo.
Tem mais vivência, realismo, direção, decisão.
De tão imaturos meus olhos agora expiram maturidade, compasso, certezas em meio ao mundo incerto.
Era bem necessário: Eis que entra a evolução.
O bom de tudo isso mesmo é satisfação, a comunicação aguçada, os limites impostos e os pensamentos a mostra.
Quero mais é rock’n’roll, uma coca gelada e um filme com Jhonny Depp.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cotidiano


Ás vezes eu espero a semana inteira pra no fim tomar coragem de pegar o telefone.
Parece que ela não se preocupa muito na verdade.
Vez em quando arrisco o meio da semana, acho que é pela saudade.
Eu tento tanto, mas não compensa;
Não sei bem por que, mas ela nunca liga...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Secreto

Desde quando você guarda segredos?
Desde quando me priva dos seus medos?
Escondendo, encobrindo.
As imagens suspensas, as dores ocultas.
Dizem que o coração não sente o que os olhos não vêem.
Talvez minha angustia venha agora daquilo que não posso saber, daquilo que você me az não ver.
Ainda assim, sedes sincera e grata ao responder-me:
- desde quando você me esconde segredos?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coisas de Posse

Milhões de gotas de desespero na minha cabeça, feito moscas em cima de um bolo-comendo e infectando minhas idéias-deixando meu raciocínio podre, ruim, fedido e estragado.
Por dias e dias eu tentando limpar, esclarecer a duvida, aliviar a agonia.
Horas e horas de insônia, de mãos trançadas sobre o edredom, pensando sem parar em soluções que precisam ser bem mais do que fisicamente possíveis.
O que eu preciso é saber das coisas, conhecer as linhas, ver os limites, as dores e as culpas...
Uma pergunta com ponta de agulha fritando meus neurônios, enquanto minha boca lacrimeja o que os olhos se cansaram de chorar:
- Como é que eu vou saber o que é ou não é meu?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um amor chamado confusão destruidora de uma mente antes mais sã que tudo.

Acho melhor eu dar o fora, antes que seja tarde.

sábado, 9 de maio de 2009

De mentirinha.

A gente acaba que passa os dias brincando de faz-de-conta; fingindo estar apaixonada, achando que tudo é de verdade.
A verdade é que é tudo falso.
São só ilusões, algumas mentiras bem contadas que ninguém desconfia...
Só sobra mesmo a dor e as lembranças, lembranças tão pesadas quanto a realidade.
Memórias e saudades inexistentes, que são como folhas amareladas de um velho diário, uma foto embolorada, uma flor sem cor ou cheiro de laranjeira.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Olhos de Jabuticaba

Mesmo que só os olhos tenham me restado, ainda assim é ela.
Capaz de me fazer morrer a cada olhar.
Tão intensa, tão metade pra mim; e eu sempre tão cheia!


Cheia de saudades; sempre de saco cheio.

São tanto os olhos dela, pouco do todo que eu preciso.
Ela e seus olhos imutáveis...
Tão complicada, desconexa e inteiramente louca.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

lápide

Quando nos sentimos morrer há duas alternativas:
Uma é querer viver e outra é deixar-se ir.
Não vou despenar galinha viva, mas também não vou me cansar...
Afinal de contas, quem que morre remando contra a maré? Andando por sobre pregos?
Pra quem quiser eu deixo o espírito, o lírico, a essência; aquele pouco de tudo que eu sou e fiz; quanto aos incrédulos, um belo beijo de tchal.
Aqui jaz um coração vivo, ainda morto bombeando sangue puro, cheio de amor dispensado, preconceito barato e sexo mal feito.