quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

300 flores

http://www.youtube.com/watch?v=8SuhSZ-B-XE

300 Flowers
300 Flores

You and i
Você e eu
Said goodbye
Nos despedimos
I thought i’d die
Pensei que morreria
300 flowers
300 flores
I’ve sitting here for hours
Estou sentada há muito tempo
Can’t seem to make up my mind
Não não posso me decidir

You and i
Você e eu
Second chance
Uma segunda vez
Home town romance
Um romance de cidade natal
300 flowers
300 flores
When i gave up what was ours
Quando eu desisti do que era nosso
I met a man so kind
Conheci um homem muito gentil

Red petals tickling my feet
Pétalas vermelhas tocando meus pés
Like an oriental carpet
Como um tapete oriental
Thick and sweet
Grosso e doce


What once was dust now is grain

O que uma vez foi a poeira agora é passado
I believe i’ve found my new man
Acredito, que encontrei meu novo homem

Maybe you
Querido, você
Won’t be blue
Não fique triste
Find someone new
Encontre alguém novo
300 flowers
300 flores
I’ve been sitting here for hours
Estou sentada aqui há horas
I’ve up and changed my mind

Levantei-me e mudei de idéia
Yeh
Sim
I’ve up and changed my mind
Levantei-me e mudei de idéia

O falso fardo

Isso não pode ser épico
Essa história não consegue
Por mais que fosse poético
A solidão só me persegue

As manhas e as dúvidas
As tão claras confusões
Os carinhos como dívidas
E os beijos contorções

Se os lábios fossem mais claros
Bem mais óbvios que o pensamento
Qualquer som ou fragmento
Que curasse esse meu tormento

Se pudesse ter previsto
Decidiria por não querer
Mas foi automático
O sim não foi tão pensado
E o que era bom então ficou pesado

Eu preciso é de paz
E o que já é pesado
Não carrego mais.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um vida Cinematográfica

Não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Desde as poses feitas no espelho de manhã, onde eu despretensiosamente vejo meu rosto estampando um pôster de cinema.
As musicas que eu escuto e que vão se tornando parte desta trilha sonoro (in)existente.
E ainda existem as conversas que eu acabo escutando no ônibus e que se tornam detalhes do roteiro; há também o álcool e as drogas sempre presentes-distantes.
Não há atores no elenco e nem há direção de fotografia. Há apenas personagens magníficos, completamente instigantes físicos e intelectualmente. Há também os flash backs e ótimos cortes de cena, seguidos por erro de continuação.
Não sei se é o cansaço, se é depressão pré-parto, se são os olhos que doem ou se as veias.

Não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Um filme que exibe slides de fotografias particularmente intima como créditos iniciais. Um filme parado e enjoativo. Um filme com, com um roteiro bom e uma boa fotografia; uma boa trilha sonora e também coadjuvantes que não são atores.
Há dor o tempo inteiro, e se fosse mesmo “a movie” tela do cinema ou da T.V. sangrariam, possivelmente.
Me parece com um curta, mas está se tornando um média-metragem, mas realmente não sei se chegará á ser um longa.

Eu não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Acho que faz parte de um vicio, como os cigarros que eu fumo, por exemplo; ou então parte dos livros que eu li, das histórias que ouvi, dos poemas que escrevi e dos filmes que eu assisti de mãos dadas, com beijinhos por todo o rosto, com carinhos e beijos com cheiro de pipoca caramelada disfarçado de chocolate.
Não, não se parece com uma comédia romântica, não é tão digno assim. É tão cômico! É um drama, é um suspense, é policial e fala sobre viciados, alcoólatras, homossexuais, jovens, meninas, adultos, caras babacas, pessoas de bom e de mau gosto.
É um roteiro inédito, e um filme que nunca vai pro cinema, são 300 flores de um cara gentil de um seriado qualquer é um disco copiado por um garota linda.
É um filme inusitado, sem previsão de tempo de duração e com créditos finais enormes, como em Titanic, ou nos filmes do Quentin Tarantino ou do Tim Burton.

domingo, 27 de dezembro de 2009

A moça bonita das H.Q

Não posso voar.
A minha carne cede a quase que qualquer estimulo e os meus sentimentos são tão volúveis que me assustam.
Se eu tivesse um super-poder, escolheria não amar.
Não, eu não odeio o amor, eu simplesmente cansei de sofrer.
A sensação que tenho é que eu deveria suportar qualquer tipo de dor ou de mágoa mas eu realmente não consigo.
Sou fraca e quebradiça, como se feita de cristal. Não tenho nenhuma flecha envenenada, nem meu coração é a prova de balas.
Ás vezes me pergunto se as Sereias são tão más apenas por serem ou se estão amarguradas por estarem sempre sozinhas?
Eu entendo que enfrentar a solidão não é pra qualquer um.
Eu acho que nem mesmo uma Super-Moça ou a Mulher Gavião poderiam suportar tal abismo.
Me percebo só, num ninho de dor, qualquer vilão poderia ser menos cruel que esta falta imensurável.
Quando vejo na T.V. um filme onde o herói sofre de amor, me sinto como a mulher maravilha, só que morrendo afogada.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Da Vida de Ana - Parte Segunda

Ana ainda pensa que o dia não passou


“ A coisa mais extraordinária que pode acontecer a alguém é se apaixonar” – dizia o livro que Ana estava lendo na ultima sexta.
Ana era provavelmente a garota mais doce de sua cidade, além de meio sociopata, carente e ocupada. Diariamente Ana trabalhava – em dois empregos – estudava e cuidava do seu sobrinho mais novo, o que já podia ser considerado tarefa demais, considerando que a maioria das meninas de sua cidade ou trabalhavam, ou estudavam, ou por sua vez, namoravam. Ana não namorava.
A verdade é que não lhe sobrava tempo, sua cabeça estava sempre tão cheia de outras coisas que importar-se com outra pessoa poderia atrapalhar seu desenvolvimento nas outras tarefas, e que para Ana pareciam muito mais importantes do que sofrer, outra vez.
Não fazia parte do padrão mundial comum no que se diz respeito a meninas e nem parecida com outras garotas que conhecesse, embora Ana sempre quisesse conhecer outras garotas.
A vida de Ana seguia sempre o mesmo ritmo, parecia até uma canção sem graça, desgastada, enjoada. Ás vezes Ana compreendia e planejava o compasso do seu dia-a-dia, preferia que fosse assim, sempre igual, sem surpresas, pois afinal da ultima vez não foi muito legal – e olha que eu nem citei o dia em que Ana fez 15 e sua preparou uma festa tão horrível quando a roupa que ela usava naquele dia – Não era ingênua e nem tola, só cansada.
Talvez se alguém gostasse de Bidê ou Balde, café e filmes do TIM Burton tanto quanto Ana acontecesse um romance, mas a probabilidade de que isso ocorra é muito pequena, então é melhor que ela se conforme com a idéia de que nunca ninguém vai cantar Janis Joplin no seu ouvido.
Se fosse num outro dia Ana não repararia na sua nova colega de classe, mas é que naquela quinta ela não havia trabalhado, estava descansada e notou que a menina que sentara ao seu lado era nova na faculdade, vinha de uma cidade vizinha da sua e tinha os cachos mais lindos que os seus olhos já haviam visto.
Claudia, Claudinha pros mais chegados. Era ruiva, era linda.
A aproximação das duas foi tão imediata quanto obvia, afinal, ninguém parecia conhecer Ana tão bem quanto Claudinha. Os mesmo gostos, atores e filmes preferidos, a tremenda paixão pelo café, rock e poesia e o mesmo encanto pela França e o mesmo sentimento quanto aos Norte Americanos e Ana pensava: - onde ela estava esse tempo todo?
Enquanto Ana trabalhava Claudia ensaiava com a sua banda. Tocava sax com uma doçura e precisão incríveis. Quando Ana viu pela primeira vez Claudia tocando não conseguiu perceber o que brilhava mais: seus olhos, seu sax ou seus cabelos vermelhos. As luzes coloridas que vinham do fundo do bar e que refletiam as curvas do corpo de Claudinha deixava as curvas do corpo de Ana se retorcendo – só não se sabe se de medo, vontades involuntárias ou desespero.
Quando Ana parava e lembrava que suas sextas ao lado de Claudia substituía tão bem os cafés, os filmes e os rancores ela se arrepiava. Qualquer um entenderia, porque afinal em três meses ninguém fizera Ana tão feliz quanto ela estava agora.
Eu acho que as lagrimas que caiam dos olhos de Ana enquanto Claudinha justificava que, embora quisesse muito continuar ali, precisaria ir embora, eram mais de desespero que de tristeza. Claudia nunca fora de aquietar-se, e muito apesar de Ana ser excepcional, não seria ela quem terminaria com as aventuras da moça ruiva.
Ana sabia que Claudinha precisaria espalhar sua beleza em outra clientela. Mostrar seus cachos vermelhos em outros bares, dormir com moças de tão bom gosto quanto Ana, mas enquanto sua cabeça matutava e compreendia os desejos da outra, seu coração se apertava, afinal era mais uma vez que os cafés voltariam a atormentá-la no fim de semana.
Ana queria muito resolver essas coisas, mas agora não vai dar, ta tudo de ponta cabeça.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Morreu de incerteza

Se eu dizer que sou muito menos do que eu sempre quis ser espero que acredite. Na verdade, todos nós somos.
Eu já quis ser astronauta, pilota de MotoCross, cineasta, palhaça, musicista... Médica, atriz, enfermeira, bonita e já quis ser até feliz...
Mas, no mundo capitalista em que vivemos difícil mesmo é viver de sorrisos.
Queria encontrar um amor, mas corro atrás de qualquer maior custo - beneficio, escapatória do sofrimento. Não to na idade, manja?
Eu preciso de carinho, sexo é clichê demais pra mim.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Metades das quase verdades

Por favor, não se deixe levar pelas tantas divagações.
Sou sóbria, sou virgem, sou sã, e nunca me apaixonei.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Da vida de Ana - Parte Primeira

Ana não gosta de muitas pessoas, na verdade, Ana é muito seletiva quanto a relacionamentos pessoais de uma maneira geral.
Ás vezes Ana descorda de todos só para concordar consigo mesma, e, embora isso possa parecer um ato de valentia, Ana é covarde mais da metade do tempo.
Desde muito pequena Ana tinha medos absurdos.
Aos quatro anos, medo de palhaço. Aos sete, medo do escuro. Aos dez, medo de altura; aos doze, medo de sangue; aos quinze, medo dos meninos; aos dezoito, medo do vestibular.... Hoje ela já superou muitos dos seus medos, mas novos deles vieram e Ana quase nunca sabe como agir quando eles se relacionam de frente.
Ultimamente Ana têm sentido emoções inéditas, e não que isso seja bom.
O medo mais recente de Ana é sofrer de amor eternamente.
Escolher sempre errado não é lá muito motivador... Na verdade isso é realmente péssimo.
O coração de Ana queria tanto alguém pra compartilhar seus desejos, suas cores, suas fantasias, maluquices, seus segredos, felicidades, dores, cafés e sorvetes variados.
Sua rotina e seus medos a acompanhavam todos os dias do ano há vários anos, assim como os cigarros, os cafés e as vodcas nos bares chulos da cidade.
Talvez o coração de Ana chorasse todos os dias, mas ninguém sabe disso, ela nunca falou.
Aqueles olhos eram rasos de tão profundos, mas ninguém via nada que estava escondido naquele ar todo sério e requintado.
Quando Ana conseguia dizer algo, era de uma forma tão subjetiva e esclarecedora ao mesmo tempo, que quase ninguém a escutava, a compreendia.
Ana-camaleoa era quase imperceptivel em suas penúrias.
Retraia seu medo quando o retratava, e quando o retratava era mentira.
Qualquer um entenderia se Ana confessasse: QUERO AMAR! Mas Ana não acha que isso fosse algo aconselhável, elegante ou apropriado.
As noites dela eram feitas de guardar:
Guardar sapatos em boas caixas, guardar as caixas. Guardar colares, pulseiras e os seus brincos. Lavar e guardar seus pinceis, suas pinturas, alfinetes; armazenar suas cadernetas, suas canetas, papeizinhos, embalagens, cadernos, livros. Esconder restos de flores, bombons, algumas lembranças, desejos, amores, datas, telefones, nomes, fisionomias, letras de musicas e enredos de livros! Guardar termos arcaicos, nome de lojas, ingredientes de uma torta qualquer, paixões involuntárias, pulsos reprimidos, idéias afogadas, ideais fajutos. Guardar a fim de esquecer orgasmos interrompidos, carinhos não recebidos, a programação da T.V... Guardar endereços e títulos de filmes.
Ana guardara por toda a vida tudo sempre. Tudo aquilo que lhe pareceria útil de alguma maneira, em alguma época de sua vida, ou simplesmente coisas bonitas que pudessem enfeitar seu âmago de alguma forma distinta.
Vez em quando vasculhava uma ou outra lembrança, uma ou outra caixa, qualquer uma emoção... Quando se sentia só, fuçava seus pensamentos guardados, seus amores platônicos -nem perto de serem carnais-, suas metades de vida eram usadas como passatempo enquanto sua xícara de café se esfria lentamente.
As sombras dos seus medos a impedem de viver de uma maneira satisfatória ou uma felicidade comum que seja. Ana se sente só mais uma na sociedade. Uma em um bilhão, um coração sozinho, como tantos outros...
Ana viaja imaginando a vida que queria pra si, com o coração sufocado em lágrimas, sentada no sofá de seu apartamento, sutilmente pensando:
- Como seria minha vida, se eu a vivesse?

domingo, 13 de setembro de 2009

A parte que não existe.

Não vou ligar se você comer chocolate a noite toda
E nem se você não trocar de roupa
Pode tomar seu café sem açúcar
Dane-se aquela sua vizinha maluca.

Você vai ensaiar, planejar e reformar
E falar qualquer coisa com seus amigos
Pode ler livros em francês, ou pensar
Ou fazer algo mais banal que tudo isso.

Já não tenho mais nenhum receio;
Se você se perder não vou entrar em desespero!
Quando você disser: - fica bem
Eu vou dizer: - eu to feliz!

Os seus passos já eram seus
E agora meu telefone é todo meu!
Não vou esperar você ligar,
Não vou rir de olhos fechados quando você se aproximar.

Agora eu posso falar em alguém
Posso esquecer outro tanto...
Você sabe da minha timidez
Mas agora ela é toda minha também

Posso beber o quanto eu quiser
E rir até fazer tudo errado
Ir ver Jhonny Depp num filme policial
Ou simplesmente trepar.

Se sua salada tá sem gosto, não me importa.
Nossa história já começou mesmo meio torta
Talvez seja mesmo pro nosso bem
Mas se você chorar, eu não vou me arrepender, não.

E se eu me apaixonar espero que entenda
Se seu telefone nunca mais tocar.
Quando eu parar de te cumprimentar aprenda
O tempo todo é melhor ignorar

Não vale mais abraços nem frases manjadas
Já não vão ser corretas essas coisas diplomáticas
Considerando a intimidade, desconsidera qualquer falta,
É que agora eu já não sou problema seu.

domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre Marcas

Antes só tinha visto nos filmes;
As folhas secas balançando nas pontas dos galhos...
Eu fico ali, deitada naquele banco de concreto, tentando descobrir os sentidos daquelas folhas, daqueles galhos, daquela paisagem, daquela imagem tão sutil e tão marcante . Horas ali, olhando os movimentos desiguais das folhas caindo no ar, instigada pelo vento, pela claridade do sol e pelo brilho dele refletido no rio.
De repente, como se um retalho de ciência soprasse,
como se um tom verde exaltasse
como se... Suspiros, suspiros, suspiros-
- suspiros e a resposta:
É só a primavera, esclarecendo as marcas do inverno,
(inferno) passado.

domingo, 30 de agosto de 2009

Fernanda

Os lábios em tons vermelho
Chamariam muito mais a atenção
Se não fossem aquelas pupilas.
de Fernanda

Fernanda era penetrante
Tinha olhos mágicos,
de tão fundos e negros
Os olhos dela-
- quase assustavam.

Era magrela,
ela.
Pequena.
Cabelinho tigela,
E um jeito diferente de todas as crianças do parque
naquele dia.

Sentou de frente pra mim,
me olhou com aqueles olhos
(quase tremi)

Mastigando seu lanche
Quase compassada
seus olhos e maxilares.
Me fitando,
olhando minhas cores, com efeito, raio X.

Viu muito mais do que percebemos
- ela e eu-
Aquele jeito de balanças os cabelos
Fernanda mastigava
e
me olhava
e
controlava minha atenção
e
tudo isso ao mesmo tempo!

De repente uma voz:
“Fernanda, vem pra cá!”.
E os olhos de Fernanda se desviaram.

Um segundo de olhares trocados
Aquele dia me pareceu uma eternidade
Naquele aprendi
Uma coisa interessante:

Com os olhares dela
A menina
branquela
Com os olhares de Fernanda
Não
se brinca.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Baby

E, então, talvez agora a dor amenizou-se
Talvez nessa hora meu anjo canta.
Mas quanto aos dias, que vão e vem?
Eu não sei...

Ainda mordo o sangue,
ainda sinto frio.
Meu ventre murcho, á espera de outrem
Porém o coração ainda cheio de amor ao que se foi.

Bebe, eu te alimentei em meu interior
sugas-te me!
O meu colo te fez repousar, em mim movimentava-se.

Bebe, eu tive medo de fazer você chorar,
mas hoje choro eu, por não ter escuto chamando em minhas insonias.

Oh, bebe, esse cheiro que imprigna na alma.
Essa cor eternizada em minha memória,
Esse doce termo 'mãe' que agora pesa em meu peito

Saudades tão doloridas, dolorosas, duídas.
Tive tão pouco tempo,
Aprendi tão milhares de coisas

Ainda choro, diariamente, pelo meu filho.
Sinto sua pele como a de um recém-nascido,
porém não posso toca-lo

Agora a dor adormece, como meu filho, como o meu filho adormeceu
Minhas entranhas doem em pensar na perda
e meus cilios se juntam, em uma prece á Deus:

Obrigada Deus, pelo tempo concedido
Obrigada Deus, por feito nosso anjinho voar
Obrigada Deus, por me fazer entender
Obrigada Deus, por todos os meus dias, me consolar.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mal-estar

Levanto e deito o tempo inteiro, e embora não esteja tão frio, cobertores e um edredom me acompanham nessa intensidade mórbida.
Comédia romântica na T.V. nunca me satisfez, muito menos agora.
As vontades não vêm, e as que eu já tenho não passam.
Vômitos de alma, buracos no estomago.
Um puta indigestão de sentimentos.

Num Céu com Diamantes

Maluca!
Completamente desajeitada.
Biruta!
Nunca certa, sempre errada.

Não engulo muito bem
Essa sua mutação
Persuasões que não convém
Sempre geram indigestão

Bela posse de ninguém
Esses cachos e essas cores
Sempre culpando qualquer alguém
Pela tolice das suas dores

Seu descontento intolerante,
Maldita vadia inconstante
Deliciosa opressão tão desejada!
Sutil, inteligente e mal-amada.

Um misto febril e incolor
Pequenas curvas tão notáveis
Praga minha, grande dor.
Gestos e gostos detestáveis!

Era completa e tão válida
Agora é gélida, toda pálida.
Tão comum e incrivelmente igual
Parecida com todas numa órbita sobrenatural
Agora só mais uma completa banal.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tudo novo de novo

Algumas das coisas mais importantes que acontecem conosco o tempo todo, não está sob nosso controle. Aliás, a grande maioria das coisas não está; quase nada nunca está em nossas mãos.
A vida traz pacotinhos prontos de alegrias, desilusões, esperanças, decepções, superações, coisas incríveis e outras nem tanto assim.
Cada pacotinho com um misto de sentimentos é guardado numa caixa diferente, bonita e colorida; caixas contendo pedacinhos de vidas, sem data de validade, sem especificações, sem certeza alguma, a não ser que cada conteúdo é exclusivo, único e inovador.
Em alguns momentos, temos varias dessas caixas com pacotinhos diferentes, nos esperando expostas, como uma prateleira de supermercado.
Definitivamente essa é a parte mais difícil da vida: as escolhas.
As caixas precisam ser apreciadas, vivenciadas, admiradas ou até mesmo sofridas e dolorosamente passadas, porém aprendidas, absorvidas sempre, a cada sentimento, cada lição, cada cor...
A maioria dos sentimentos que passam por a gente o tempo todo, não está sob o nosso controle, afinal eles não fogem da regra, são as coisas importantes da vida!
Os nossos sentimentos vão além do imaginável, das cores previstas, de escolhas, medidas, muito mais do que os nossos dedos alcançam... Nunca vamos ter total domínio dos sentimentos e das vontades, até mesmo porque muitos dos nossos desejos são involuntários.
Alguns sentimentos são mesmo uns pacotes de sensações, que trazem pessoas e referencias consigo o tempo todo; algumas pessoas ficam presentes e acompanham nossas novas escolhas, novos sentimentos, novas sensações e referencias, mas por outro lado algumas pessoas são impossibilitadas de estarem conosco, por conta das escolhas próprias.
Não mandamos e nem nunca vamos mandar no gostar alheio...
A gente não define isso; pacotinhos que a vida nos entrega cheio de emoções não têm data de validade prevista, e aprender isso não é tarefa fácil. Saber que pessoas vão e vem, que dói quando elas vão e as vezes dói quando chegam, que enchem de duvidas, de medos e depois de alegrias e carinho...
A cada escolha sorteamos alguém pra fazer parte de nós, das nossas cores, e, aprendemos sempre com cada alma, cada pessoa, mas nunca sabemos o suficiente pra enfrentar os conflitos internos, as dúvidas, os medos de uma nova escolha!
Muitas vezes vamos acordar com uma saudade tão grande de caixas e escolhas antigas, de pessoas, saudades dessas que fazem um buraco no estomago! Mas, realmente não está no nosso controle os sentimentos dos outros, porque cada qual escolhe sua caixa em um momento diferente da vida, e é uma pena que ás vezes as escolhas de pessoas especiais sejam tão diferentes do tempo das nossas escolhas.
O importante é saber que a cada caixa é tudo novo... Tudo ainda parecerá como um muro gigante, como da primeira vez... Outra vez.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Thanks boys


Something in the way she moves, attracts me like no other love, something in the way she woos me.

I don't want to leave her now, you know I believe and how;

Somewhere in her smile, she knows that I don't need no other love

Something in her style that shows me

You're asking me will my love grow, I don't know. You stick around now it way show, I don't know.

Something in the way she knows, and all I have to do is thing of her, something in the things she shows me...

I don't want to leave her now, you know I believe and how!



Something - The Beatles





Thanks four liverpool's boys, thanks for show me the Darling...

I so miss you, Darling.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

March, 05 2010

domingo, 12 de julho de 2009

Nº. 37

Você não sabe de nada- tento convencer-me- ainda embora você decifre todos os meus gestos, como se lesse minhas vontades pelo meu hálito.
Maldito tiritar de dentes por entre a minha carne.
Sua saliva entre meus ossos, seus suspiros nos vãos dos meus desejos.

Malditos beijos, braços abraços
Bem como mãos, pescoço, barriga
Queixo apoiado nos meus seios fazendo vapor no meu colo.

Maldita febre!

Maldito,
Bendito seja o tesão contido que me desperta quando você passa os dedos entre minha panturrilha e o couro sintético barato, lustrando preto.
Orgasmo interno inteiramente meu, enquanto você desliza os dedos no zíper das minhas botas.

Quanto ao meu desejo um tanto involuntário

Enquanto você passeia seus lábios no meu pescoço, roçando seu queixo e cavanhaque em meu colo, reprimo meu desejo de escorregar meu hálito sobre seu peito e tórax...
Deliciosamente desvendar seu abdômen e o que mais dele vir.
Por hora, seus beijos invadem meus sonhos, inevitavelmente me fazendo deslizar os dedos por onde sua mãe passeara.

Seu cheiro, seu gosto, seus gestos,
Suas mãos nas minhas pernas;
Seu timbre...

Cacete, haja fôlego!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sobre cinema ou depressão de uma segunda á noite.

Não sei se eu dormi enquanto assistia ou se aluguei o filme errado, em todo caso o filme pareceu bastante longo, mesmo eu achando que falte um pedaço.
Isso me lembra minha vida, toda incompleta.
Minha vida cheia de frustrações contidas num trago de cigarro do tipo com filtros superlongos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ainda sobre bolos...

Que saco!


Mais um bolo :D


Beijos.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tudo novo de novo

Algumas das coisas mais importantes que acontecem conosco o tempo todo, não está sob nosso controle. Aliás, a grande maioria das coisas não está; quase nada nunca está em nossas mãos.
A vida traz pacotinhos prontos de alegrias, desilusões, esperanças, decepções, superações, coisas incríveis e outras nem tanto assim.
Cada pacotinho com um misto de sentimentos é guardado numa caixa diferente, bonita e colorida; caixas contendo pedacinhos de vidas, sem data de validade, sem especificações, sem certeza alguma, a não ser que cada conteúdo é exclusivo, único e inovador.
Em alguns momentos, temos varias dessas caixas com pacotinhos diferentes, nos esperando expostas, como uma prateleira de supermercado.
Definitivamente essa é a parte mais difícil da vida: as escolhas.
As caixas precisam ser apreciadas, vivenciadas, admiradas ou até mesmo sofridas e dolorosamente passadas, porém aprendidas, absorvidas sempre, a cada sentimento, cada lição, cada cor...
A maioria dos sentimentos que passam por a gente o tempo todo, não está sob o nosso controle, afinal eles não fogem da regra, são as coisas importantes da vida!
Os nossos sentimentos vão além do imaginável, das cores previstas, de escolhas, medidas, muito mais do que os nossos dedos alcançam... Nunca vamos ter total domínio dos sentimentos e das vontades, até mesmo porque muitos dos nossos desejos são involuntários.
Alguns sentimentos são mesmo uns pacotes de sensações, que trazem pessoas e referencias consigo o tempo todo; algumas pessoas ficam presentes e acompanham nossas novas escolhas, novos sentimentos, novas sensações e referencias, mas por outro lado algumas pessoas são impossibilitadas de estarem conosco, por conta das escolhas próprias.
Não mandamos e nem nunca vamos mandar no gostar alheio...
A gente não define isso; pacotinhos que a vida nos entrega cheio de emoções não têm data de validade prevista, e aprender isso não é tarefa fácil. Saber que pessoas vão e vem, que dói quando elas vão e as vezes dói quando chegam, que enchem de duvidas, de medos e depois de alegrias e carinho...
A cada escolha sorteamos alguém pra fazer parte de nós, das nossas cores, e, aprendemos sempre com cada alma, cada pessoa, mas nunca sabemos o suficiente pra enfrentar os conflitos internos, as dúvidas, os medos de uma nova escolha!
Muitas vezes vamos acordar com uma saudade tão grande de caixas e escolhas antigas, de pessoas, saudades dessas que fazem um buraco no estomago! Mas, realmente não está no nosso controle os sentimentos dos outros, porque cada qual escolhe sua caixa em um momento diferente da vida, e é uma pena que ás vezes as escolhas de pessoas especiais sejam tão diferentes do tempo das nossas escolhas.
O importante é saber que a cada caixa é tudo novo... Tudo ainda parecerá como um muro gigante, como da primeira vez... Outra vez.

Bolo de Maçã da Viviane

Hoje eu acordei de bom humor :D
A verdade é porque eu dormi bem! Ou vi o bem, segundo a Mariana, mas sei lá...
Ando com uma saudade! Mas... Deixa pra lá, melhor eu fuçar algo na internet e procurar alguma coisa pra fazer.
Hoje eu fiz um bolo de maçã pra Viviane [ ela que me passou a receita e pediu pra trazer aqui a tarde, pra gente tomar café], mas como eu tava de bom humor, trouxe uns adesivinhos da Sininho pra ela, porque ela começou a ler Peter Pan semana retrasada e ta gostando.
E eu to lendo um livro muito legal também, vou postar sobre ele essa semana ainda...

Mas agora vou me ocupar, porque senão eu piro aqui... saudades dele.
Pra quem quiser, eu deixo a receitinha do Bolo de Maçã da Viviane :D



Bolo de Maçã (Da Viviane)

Ingredientes
3 ovos
3 maçãs
1 xicara de óleo
2 xicaras de farinha de trigo
2 xicaras de açucar
1 colher de fermento

Modo de Preparo
Bata as cascas da maçã no liquidificador com os ovos e o óleo.
Misture a farinha e o açucar, depois junto com a mistura e o fermento.
Pique as maçãs e coloque na massa.
Assar em forma untada com óleo, açucar e canela.
Mais ou menos uns 30 minutinhos de forno.


ps.: morninhoo fica bom
pss.: com sorvete de chocolate e morninho, melhor ainda.
psss.: ou chá inglês com ele morninho.
ultimo ps, prometo: experimenta uma calda quente de chocolate meio amargo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

(I)NovaAção

Ficar preso à mediocridade me incomoda.
A maioria das pessoas tem medo de aceitar e realizar mudanças; pra mim isso tudo é tão primata.
Isso de permitir-se ficar preso aos métodos ancestrais da sociedade.
É como nunca bater um bolo na batedeira, só porque a receita pede que bata no liquidificador.
O problema é você não ter o liquidificador, e deixar de comer o bolo por medo de ter audácia, coragem, atitude e falta de preconceito.
A humanidade falta de fazer, falta ser, falta ir além que liquidificar ou batedeira: fazer a massa à mão.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu, modo de usar:

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar.
Acordo pela manhã com ótimo humor mas; permita que eu escove os dentes primeiro.
Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza.
Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais.
Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude.
Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariado. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).
Seja mais forte que eu e menos altruísta!
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
Nem escravo meu, nem filho meu, nem minha mãe.
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ...
Goste de música e de sexo.
Goste de um esporte não muito banal.
Não invente de querer muitos filhos, me carregar para lugares chatos, apresentar sua família... isso a gente vê depois ...
Se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.
Quero ver você nervoso, inquieto, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos.
Não me conte seus segredos; me faça massagem.
Fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
Me rapte!
Se nada disso funcionar; e x p e r i m e n t e m e a m a r !

Martha Medeiros

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Você tem visto?

É tão banal achar que eu ainda faço parte desse seu mundo bobo, todo sentimental.
Grito internamente, como se eu conseguisse te fazer ouvir.
Suplicas horrendas, risos debochados, frases incumbidas de despedaçar cada pedacinho de mim.
Frio que vem do sul, buscando minha alma, congelando meu sangue e dilatando minhas pupilas.
Eu não tolero essa lastima maldita, não tolero!
Essa parte podre e sozinha de mim, chamando seu nome sem parar, cantando em francês pra você.
Parte desgraçada, que busca seu orvalho enquanto ainda é noite, e descalça some burra, repousando.
Idéia infértil de possuir-te ainda.
Feridas lavadas em amônia, estancadas antes mesmo de sangrar.
Se for sair, tranque a porta, porque da vez que encostou o sopro do lobo mal a abriu, e dessa vez eu realmente não quero sentir frio.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pictures...







alguma coisa chamada nostalgia ou saudade...

Bom e inusitado

Eu tava lendo o Blog da Luiza, aquela vj da mtv, sabe? Ela postou algo sobre uma galera que morreu há uns 15 anos atrás [Senna, Tom Jobin e Kurt Cobain], sei lá, me deu uma saudade repentina de quando eu realmente dançava Cindy Lauper, de quando eu cantava Ellis Regina, quando eu comia bolo de cenoura toda semana no café da manhã com chá de maçã, e até mesmo de ouvir uma descoberta recente saudosista, como Edith Piaf.
Um jazz, um vinho, uma pizza, um beijo lento, um abraço forte.
Ontem foi uma noite de desabafo, de conhecimento, de ajudar alguém com a minha própria experiência de vida, (não que eu tenha uma experiência de vida ampla, mas eu vivi um período bastante amplo de aprendizagem.)
Acho que eu fiquei algumas semanas mortas. Superação fez parte da minha descoberta de mundo!
Eu não vou manchar meu blog de tristeza, mas meu, hoje eu sou uma mulher SUPER de bem com a vida, graças a Deus!
Tava comentando o quanto eu amo a minha vida, as coisas simples que acontecem...
Eu rio o tempo todo, eu estudo rindo, durmo rindo, acordo rindo, leio rindo, trabalho rindo, e super broncas e problemas cotidianos da melhor forma possível e rindo!
Existem coisas maravilhosas acontecendo o tempo todo, e muitas vezes a gente tapa a nossa visão com probleminhas pequenos e esquecemos de ver a felicidade que está nas coisas simples da vida!
Como tomar um chá de maçã com bolo de cenoura numa manhã coberta de neblina, ou dormir até tarde naquele domingo chuvoso, namorar de madrugada em alguma lanchonete 24h, comer chocolate, ver um bom filme, ler um bom romance, dar boas risadas, beber uma cerveja geladinha, comemorar com um espumante barato um aumento de 0,5% , rolar na grama, uma trepada muito boa, ou margaridas crescendo no jardim do vizinho... enfim , enfim, são “N” coisas que nos dão o maior prazer: o prazer chamado a felicidade
Enfim... Hoje minha vida é comoBeatles e Bidê ou Balde juntos na mesma canção, só que com Cindy Lauper nos vocais. Parece inusitado, mas pode ser realmente bom!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cabeça!

Eu tava aqui, [como sempre, no meu estagio, olhando os computadores a minha frente], e pensando cá com os meus botões: Como eu sou distraida, Jesus! Nunca vi igual!
Essa semana eu sai lá fora pra fumar um cigarrinho na hora do almoço, e quando voltei puft! Tinha perdido o maço de cigarros, pode?!
Outro dia a patroa pediu pra eu ir chamar um aluno na sala de aula pra ela, e eu não me esqueci? Uns 15 minutinhos depois lá veio ela: - Ingrid, você chamou o aluno que eu pedi?
Puta merda meu, que falta de atenção.
Já perdi dois óculos por conta dessa minha cabecinha, uma vez foi num buffet, trabalhando numa festa de casamento. E a outra vez provando vestido de festa junina; acabei esquecendo no provador da loja! No outro dia o Pimpão passou lá pra pegar mas não acharam...
Já perdi duas blusas também. Uma era um casacão lindo, preto, cumpridão, com um cinto de couro, enfim, paguei uma nota, usei três vezes e perdi. Da outra vez era um casaquinho estilo terninho, de veludo, uma graça, adorava ele, sinto uma super falta e foi super caro também, esqueci num final de semana na escola, depois sumiu!
Ás vezes eu até me estresso e tal, brigo comigo mesma, mas na maioria das vezes eu tento relaxar e levar numa boa, afinal eu sempre fui assim, atrapalhadinha, não ia ser com stress e depois de velha que eu iria mudar, não é mesmo?

Acho que nasci pra ser artista viu, muitoo atrapalhada cara, Deus me livre.
Só não perco a cabeça, porque fica grudadinha no pescoço [ou então é o pescoço que me faz perder a cabeça ás vezes] máaanns, isso é outro caso...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Feliz Primeiro Aniversário

Não sei se era pelo fato de eu estar brevemente embriagada num sono de cigarros, mas algo me fazia ver minha imagem refletida no espelho ainda mais pálida. Talvez fossem as luzes do banheiro que me faziam parecer amarela ou então minha expectativa pobre toda criada em cima de um ensaio.
Mesmo depois de repetir tanto tudo no espelho durante aquela noite inteira, noutro dia não consegui dizer uma sequer das palavras todas decoradas...
Depois que o silêncio nos comeu há um ano atrás, minhas mãos se colocaram num gesto onde não mais pude alcançar as suas, e desde aí então já não me sobrou nada.
E agora, ah! Agora já nem com mil ensaios, nem com mil poemas, mil cafés ou mil beijos; agora que minhas mãos já não alcançam as suas também não alcanço você em nada.
Não sei se é porque nesta manhã faço meu primeiro aniversario de mim-só-em-eu-mesma, mas algo me faz ver minha cara manjada no espelho ainda mais velha.
Talvez sejam só as rugas causadas pelos cigarros, ou então minha solidão fictícia toda criada em cima de uma insegurança.
Faz tempo, a timidez não me deixou falar, mas ando ensaiando jeitos de te dizer que não doeu quase nada tatuar seu nome em mim, assim como amar você quase já não dói.

Tenho um mundo que é cor-de-rosa...

No dia dos namorados eu tive algumas conclusões, aí vai:

• A coisa mais interessante de se ver é casal homosexual, casal velhinho e um grupo de amigos, enfim, tudo menos casais convencionais.
• É um saco casal namorando no shopping, lotando a praça de alimentação e me fazendo esperar yakissoba de pé.
• Todo mundo fica andando com pacotes pra lá e pra cá, como quem diz " Oi ganhei um presente do cara que me come aos fins de semana".
• Sidney Magal combina e muito com Dia dos Namorados.
• Mesmo eu preferindo ver um filme grudadinha, descobri que Magal me enche de tesão.
• Burger King tem o pão de hamburguer mais legal que eu já comi.
• Chá gelado combina com hamburguer sim!
• Fico chateado quando não posso fazer os carinhos e ganhar beijinhos em publico.
• Eu adoro andar de carro fazendo carinho .
• Ele me surpreende, me entorpece, e me deixa louca quando me morde devagarinho.

Ai ai, foi um belo Dia dos Namorados, com coisas novas e outras nem tanto assim.
Hoje é segunda-feira, e eu em meu estágio desocupado, pensando em coisas, em pessoas e em comer torta de maçã que a mãe da Paula faz. Muito boa
Eu ando pensando tanto em comida... Ah! Acho que ele ta me ensinando a comer um montão!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um estágio desiquilibrado

Meu, como eu ando matando meu estágio! Não sei como eu não perdi essa bolsa ainda, aliás, to no estágio agora...
De qualquer forma, eu adoro trabalhar na escola, sabia?
É só que ás vezes eu fico aqui, com três lindos computadores na minha frente e penso: Porque não posso interagir com o mundo virtual e me atualizar ou siomplesmente ler Lili Prata ?
Pessoa culta e inteligente que sou, leio Lili Prata.
Por falar nisso, eu ando ficando viciadinha no blog dela.. nos dois, alias... isso me desperta vontades de ficar escrevendo como ela, embora nem seja meu forte, porque na verdade eu adoooro todo esse lirismo barato que eu uso aqui, só não tá me sobrando tempo pra fingir que sei poetizar, por isso, acho que vão ter umas postagens assim, mas simples e naturais..

De qualquer forma, melhor eu voltar pra digitação de oficio antes que a patroa me pegue no flagra!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ai ai...

" Me mata essa vontade de querer t o m a r v o c ê n u m g o l e s ó , me dói essa lembrança das suas mãos em minhas costas sob o sol da manhã...
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções...
Então p o r q u ê ? "

Digitais - Isabella Taviani

domingo, 7 de junho de 2009

(Im)Parcial

Você não deveria se encaixar tão displicentemente assim, se emoldurando nos meus rabiscos, se achegando nos meus edredons, comendo meu flan enquanto mastiga minha pele.
Não deveria ser tão agradável, envolvente, não deveria me fazer pensar em tantas coisas ao mesmo tempo...
Inevitavelmente você se encaixa nos meus padrões; nos mais íntimos e incrédulos padrões da minha alma.
É tão improvável e difícil aceitar que você completa os espaços irregulares do meu eu.
Não sei muito bem porque, nem quando, e nem até onde você pode ir, mas é tão explicito que suas frustrações derivam da sua incompetência a respeito das coisas singulares, exclusivas, impares...
Isso tudo é quase tão injusto quando o fato de você ser plenamente satisfatório.

Algum desses sabados a noite..

Como embriagados, inocentes!
Acima de tudo ingenuidade, nos levando a crer que tudo vai dar certo depois que entrarmos no chuveiro.
Um belo banho de água fria.

O único risco é um ataque esquizofrênico ou um suicídio... Mas, de resto, foi um belo sábado.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mistérios

Há coisas indecifráveis ainda...
Alguns planos incabíveis, outros apenas sonhos na minha imaginação enorme.
Como se fosse de neve, como se fosse de carvão. Tão contraditório!

Metade nada, meio tudo.

Aparentemente interessante, insistente e instigante.
Enquanto matuto meus anseios, minha boca seca! Oca, louca, apenas pensando em “como?”, “quando?”.

“Por qual avenida do seu corpo?”
“Quais são os becos, as vielas do seu pensamento?”
“Onde esta seu ponto fraco?”


Há tantas coisas que ficarão indecifráveis ainda...

Armadilha

Você me seguindo com os olhos, me mastigando com a imaginação como se fosse tão real quanto abstrato...
Tão possível, quanto improvável.
Tão comum quanto estranho.
Tão proibido, quanto legalizado.
Tão são quanto embriagados.
Tão seu, tão meu, tão nosso...

Desleal! Uma encurralada deliciosa!
Tão tocável, ainda quando distante.
Todo e completamente improvável meu.

Quando eu paro e sinto minha respiração pesada eu penso:
- Porque você não me beija enquanto sorrir?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Algo um pouco descontrolado...

Hoje eu me peguei questionando: Porque é mesmo que eu me flagro pensando na sua voz me chamando?
Que eu estou fazendo? E porque raios seus lábios não saem da minha imaginação?
Sei lá, mas ás vezes deve ser o frio...

sábado, 30 de maio de 2009

Por Dentro Dele

Entorpecente, no mínimo.
Quase tupi, semi francês.
Atraente, envolvente e delirante... talvez, mas só talvez, seja delicioso.


O melhor é esse mistério, essa expectativa, esse desejo invertebrado e perigoso.

Sobre fustrações

Até quando você vai dar atenção á quem não merece?
Eu preciso ir pra casa.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Solteiramaisuminverno.com

A paisagem sussurrando o inverno é evidente.
Enquanto o vento rodopia no meu rosto, fazendo meus cabelos dançarem, a ausência machuca tanto quanto o frio cortando meus lábios
A verdade é que preciso de bem mais que uma xícara grande de café, um par de meias e comédia romântica na T.V.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Movimentos - Fantoche

Não deveria ser assim.
Mesmo que sem razão, é como se ele rodopiasse por entre as minhas cores.
Meus pés vão pra frente impulsionados, farejando pelo brilho dele nos corredores.
É tão imaturo, que parece ser intolerável, e, embora eu precise de um tempo pra calcular, eu acho que ele comanda os movimentos do meu corpo.
Há pouco eu não diria, mas agora...
Agora é fácil perceber que seus movimentos vão desde as minhas mãos até os carinhos da minha boca.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pensamentos Baixos

No final das contas suas provocações ficam isoladas, perdidas na minha imaginação fértil e desinibida.
Me enchem de vontades aqueles trejeitos todos, mas é dificil dizer o que. Curiosidades, talvez fetiches, não sei ao certo o que se passa na minha cabeça e menos ainda o que se passa no meio das minhas ou das pernas dele.
Ele não sabe ser instigante por completo.
Só é intrigante, e isso me enche de preguiça.

domingo, 24 de maio de 2009

Habitação

Tê-la em mim e ter entrado em partes dela antes intocadas, me fez quase esquecer as outras muitas vezes em que a tive amarga.
Aparentemente eu sou uma louca buscando alento no que já foi o meu maior motivo de fúria.
Ao abraçá-la nua, sentindo suas curvas por entre o suor dos nossos corpos cansados, minha mente vagava no passado, enquanto no presente eu simplesmente me deliciava na sua pele morena.
É incrível como eu ainda consigo.
Mesmo depois de tanto tempo, de toda a dor, toda a vontade.
A verdade é que não é a pele, nem seu gosto, nem seu cheiro... só os seus olhos já são suficientes.

Metrópole

Nada tão surreal quanto essa falta de vida.
Mil fusões, mil barulhos, mil turbilhões.
Pessoas de alma (in)recicláveis

Insetos interiores devorando a carne,
Enquanto o cérebro é trocado por computadores
Maquinas malditas! ainda fingem que pensam!

Quanto aos sentimentos?
Esses são isolados nos asfaltos da grande urbe
Que nunca pára, nunca pede, nunca cala.

Se a noite traz algum conflito
A dor se encerra nos desequilíbrios das luzes,
Enquanto da cobertura dum palace, qualquer um pode derramar lagrimas de poliuretano.

sábado, 23 de maio de 2009

Herança de Fim de Vida

A tragédia de uma vida despenco agora, em mil palavras (ou menos de mil, não detalharei, perdoem-me por isso, mas não é plausível dois pontos ou mais nessa infame lastima), que peço, por favor, atenção nenhuma, vou só desperdiçar aqui (mais por falta de companhia que por consolo) o que me resta ainda em pedaços de mim: Papel e pena.
Pena eu não ter vos conhecido antes de estar tão perto do meu fim, embora eu pouco me importe com isso de fim, na verdade eu já me conformei. É bem comum conformar-se depois de anos num asilo (qual carinhosamente chamam de ‘Casa de Repouso’).
Quanto se tem mais de 70 anos a ironia se torna algo tão corriqueiro que chamar um asilo onde velhos são abandonados de Casa de Repouso é o mesmo que criar uma clinica clandestina de aborto e por nome de Clinica de Aborto Anjinhos de Deus.
Desculpe as criticas, não quero desfechar opiniões aqui, essa não é a intenção, a verdade meu leitor (se você existir e ainda estiver lendo essa nota), é que minha vida nunca foi vivida... Pelo menos não por mim, só vivi até os 15, depois já não me lembro.
Ah, por logo deixo claro que não vou obrigar-te a identificar-se com meus contos, mas não tenho parentes ou amigos vivos e minha herança eu preciso acabar por passá-la, ainda que seja uma pequena história medíocre a um estranho derrotado como eu, por que cá entre nós, alguém que pára pra ler-me a essa altura e com toda essa minha cegueira (mal enxergo as talhas do papel ao deslizar por ele a pena) só sendo mesmo um derrotado.
Em todo caso, caro, não fique triste comigo por chamar-te assim, saiba que a vida é mesmo tirana e todos nós sofremos de perdas e derrotas, claro que uns mais, assim como você e eu, há-há.
Desgraça vivi por sempre, mesmo sem viver por mim, meu deus, como amei!
Sabe aquele dito ‘ruim com ele, pior sem ele’? Falaram-me quando eu era jovem que diziam de homens, de sexo, mas na verdade esse dito foi feito pro amor. E a culpa de minha velhice estar em Casas de Repouso é toda dele, do tal do amor.
Quando o vi pela primeira vez eu tinha apenas a juventude estampada nos olhos e livros lambidos de mal-do-século.
Ela riu-me e deu-me uma flor e me chamou de flor de sua laranjeira, agarrou-me pelas pernas, e eu mesmo sem nenhum preparo físico não senti câimbra alguma em correr kilometros de alma ao lado daqueles cabelos castanhos e pele com pintas.
- Uma observação sobre as pintas da moça: Uma tirava-me o fôlego, a que ela guardava do lado direito do pescoço.
Não houve toques íntimos, só os íntimos de alma, afinal. Fazia-me feliz ainda que não tocasse minha pele, juro por Deus que por vezes quis arrancá-lo de mim (o amor, falo), porém eu não queria arrancá-la de mim (agora falo da moça pequena, de cintura fina e quadril vantajoso).
No final de um ano estava presa a eles (ao amor e a moça) como capim preso a terra, como linha costurada no corte mais detalhado de um espartilho encarnado, e confesso, como me fazia bem segurar firme sua cintura, estar perto de seus seios, deitar em seu colo, Deus, era um vicio.
Não posso detalhar-me mais, mas vivi por sempre como colchete e espartilho de moça.
Vou resolver logo por pontos aqui, já que minhas mãos cansaram-se e não cabem vírgulas numa prosa arruinada.
Veio de mim um outro qual guardara anos, e dona-de-mim foi-se com ele por lados quais não quis saber quais eram.
Gritar, soprar fogo ou quase, morrer por mim ou algo que o valha, tentei, mas não consegui feito algum que sarasse minha dor.
Depois que se foi vieram moços requintados, abusados, moças loiras, moças recatadas, e moças e moços e de pele não faltou pra minha pele, porém minha alma sentia frio sem a cintura da flor de laranjeira em deslizar por meus dedos.
Não querendo viver de alma cansada e nem de mal-do-século eis que vi a solução:
Guardei-me em mim.
Eu só tenho 16 (quase 17) e minha idade é de pra lá de 70, que conseqüência roubou de mim aqueles cachos! Por hora eu envelhecia meses, por dias anos, por anos décadas, por fim asilei-me numa Casa de Repouso e semana passada tatuei-me com os dizeres:
- Flor de Laranjeira, já que não te vai fica logo em mim.


Se lestes o fim, deixo aqui um grande amplexo por ter sido leitor atencioso e companhia corajosa. Desculpe-me pela vulgaridade de omitir detalhes, mas minha memória não me deixa lembrar a fim de guardar a integridade física do meu corpo enrugado.


Acabo de escrever em papel com pena fina e tinta preta a introdução do fim de minha vida, Ingrid Regina, mal vivida da silva ou algo que o valha.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Evolução

Agora é diferente.
Não que tudo mudou! A essência é a mesma: Limpa, clara e com cores em efeito-melância.
É só que quando eu saio do banho existe mais verdade do que lirismo.
Tem mais vivência, realismo, direção, decisão.
De tão imaturos meus olhos agora expiram maturidade, compasso, certezas em meio ao mundo incerto.
Era bem necessário: Eis que entra a evolução.
O bom de tudo isso mesmo é satisfação, a comunicação aguçada, os limites impostos e os pensamentos a mostra.
Quero mais é rock’n’roll, uma coca gelada e um filme com Jhonny Depp.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cotidiano


Ás vezes eu espero a semana inteira pra no fim tomar coragem de pegar o telefone.
Parece que ela não se preocupa muito na verdade.
Vez em quando arrisco o meio da semana, acho que é pela saudade.
Eu tento tanto, mas não compensa;
Não sei bem por que, mas ela nunca liga...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Secreto

Desde quando você guarda segredos?
Desde quando me priva dos seus medos?
Escondendo, encobrindo.
As imagens suspensas, as dores ocultas.
Dizem que o coração não sente o que os olhos não vêem.
Talvez minha angustia venha agora daquilo que não posso saber, daquilo que você me az não ver.
Ainda assim, sedes sincera e grata ao responder-me:
- desde quando você me esconde segredos?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coisas de Posse

Milhões de gotas de desespero na minha cabeça, feito moscas em cima de um bolo-comendo e infectando minhas idéias-deixando meu raciocínio podre, ruim, fedido e estragado.
Por dias e dias eu tentando limpar, esclarecer a duvida, aliviar a agonia.
Horas e horas de insônia, de mãos trançadas sobre o edredom, pensando sem parar em soluções que precisam ser bem mais do que fisicamente possíveis.
O que eu preciso é saber das coisas, conhecer as linhas, ver os limites, as dores e as culpas...
Uma pergunta com ponta de agulha fritando meus neurônios, enquanto minha boca lacrimeja o que os olhos se cansaram de chorar:
- Como é que eu vou saber o que é ou não é meu?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um amor chamado confusão destruidora de uma mente antes mais sã que tudo.

Acho melhor eu dar o fora, antes que seja tarde.

sábado, 9 de maio de 2009

De mentirinha.

A gente acaba que passa os dias brincando de faz-de-conta; fingindo estar apaixonada, achando que tudo é de verdade.
A verdade é que é tudo falso.
São só ilusões, algumas mentiras bem contadas que ninguém desconfia...
Só sobra mesmo a dor e as lembranças, lembranças tão pesadas quanto a realidade.
Memórias e saudades inexistentes, que são como folhas amareladas de um velho diário, uma foto embolorada, uma flor sem cor ou cheiro de laranjeira.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Olhos de Jabuticaba

Mesmo que só os olhos tenham me restado, ainda assim é ela.
Capaz de me fazer morrer a cada olhar.
Tão intensa, tão metade pra mim; e eu sempre tão cheia!


Cheia de saudades; sempre de saco cheio.

São tanto os olhos dela, pouco do todo que eu preciso.
Ela e seus olhos imutáveis...
Tão complicada, desconexa e inteiramente louca.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

lápide

Quando nos sentimos morrer há duas alternativas:
Uma é querer viver e outra é deixar-se ir.
Não vou despenar galinha viva, mas também não vou me cansar...
Afinal de contas, quem que morre remando contra a maré? Andando por sobre pregos?
Pra quem quiser eu deixo o espírito, o lírico, a essência; aquele pouco de tudo que eu sou e fiz; quanto aos incrédulos, um belo beijo de tchal.
Aqui jaz um coração vivo, ainda morto bombeando sangue puro, cheio de amor dispensado, preconceito barato e sexo mal feito.

domingo, 26 de abril de 2009

Moral da História: O Caminho da Felicidade.

A parte mais difícil de terminar um relacionamento é quando você percebe que não faz mais parte dos planos daquela pessoa ainda tão querida pra você. Passa a ser estranho não incluí-la em seus planos também. Você demora a perceber que ela não faz mais parte da sua realidade e do seu dia-a-dia.Depois que você viveu ao lado dessa pessoa, depois que você aprendeu com ela, depois que você cresceu com ela e ajudou-a a crescer também...
É complicado aceitar um fim, aceitar que você não tem mais o direito de saber cada passo dado.Mas tudo passa, e começamos a acreditar mais em dados estatísticos de que existem bilhões de habitantes na Terra e que pelo menos um, além daquela pessoa, pode te fazer feliz tanto quanto.O processo de recuperação não é o mais fácil, nem o mais divertido, mas quem já sofreu com o término de um relacionamento sabe que ele é necessário.
Então, eis que aprendamos a nos dar valor e busquemos a felicidade, porque ela não sabe o caminho da nossa casa para bater à nossa porta, mas em compensação, quando mostramos o caminho a ela, podemos contar com uma vizinha fiel ou até mais, uma moradora invejável.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Quem sabe depois dos vinte...

( Relevando a dor)
Quem sabe depois dos vinte...



Pensando e pesando as lembranças, de repente parece que em alguns lugares eu tive o mundo, juntando tudo com as mãos.
Cada grão de areia daquele fim de semana na praia, cada folha seca pisada na grama molhada, cada canção vinda dos bares, rouquidão das vozes mais suaves desafinadas.
Sei lá, parece que tudo que é tão pouco se tornou bastante...: minha vida.
Como se eu tivesse degustado todos os sabores, vestidos todas as sedas e pintado todas as cores.
Isso só aumenta minha ansiedade pelo desprendimento, de gostar de sair sem ter rumo.
Atravessar o Itaim Bibi e parar em Nova Iorque.


[Algo depois de Sex and The City, bairro da Lapa e um disco da Maria Rita.]

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ainda Que Gire Chuveiro Mas Se Lave Sem Sabão.

Expulsei-as de mim, e como se nelas houvesse algum pigmento coloriu-me os olhos de vermelho.
O nariz me escorria líquidos finos e tinha a ponta avermelhada, combinando com meus olhos e contrastando com a boca branca de movimentos involuntários.
A minha boca dormia, abrindo e fechando de acordo com minha respiração cansada e meus soluços incessantes.
Tremiam descompassada e vagarosamente minhas pernas e joelhos, enquanto eu continuava com as unhas cravadas dentro da palma enrugada da mão, sem nem sequer senti-las mais.
O silêncio não substituiu, mas aumentou meu grande desespero.
Meus traços inchados, demarcados pelo brilho escorregado a pouco pelo meu rosto, enquanto meu coração que tivera acabado de tomar uma grande ducha quente, agora sofria quieto, mudo, reclamando a falta da água, pois o meu registro pluvial havia se fechado.
Minha cabeça doía, e os olhos ardiam de tanto forçá-los a derramar-se.
Ora! Saiam malditas gotas, derretam-se em cheias de cloreto de sódio ou acabo presa nessa loucura!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Um Amante em Vermelho.

- Me desculpe, mas eu não acredito em você.
Na parede envelhecida, o velho e de bom gosto vermelho encarnado de sempre. O seu bar sempre bem abastecido com uísques variados, e dos melhores; vodcas escocesas, tequilas mexicanas. Suas cortinas cheiravam a cigarros, o que deixava o ambiente tão mais voluptuoso quanto convidativo.
Os sábios bohemios deveriam saber que apesar dos pesares paixão termina em trepadas delirantes e mesadas mais ofegantes que noites de amores.
Inconscientemente meu primeiro movimento foi balançar a cabeça e afirmar:
- Ta.
Todas as vontades, sensações, caricias, sumiram!
E eu me vi deitada, entorpecida, em meio aos seus lençóis de seda cor carmim.
Ali, observando sua pequena silhueta sentada na minha frente vestindo um espartilho negro como seus olhos mareados de lagrimas...
Coisas antigas passando pela minha cabecinha, e tudo que deveria ter sido raciocinado a exatos 32 segundos atrás, repentinamente surgem, com um minuto e 32 segundos de atraso:
- Eu também não acredito mais em você.
Foi o que eu disse antes dela vestir a roupa e pegar sua peruca.

Morreu de Insatisfação

Não há ninguém que ressuscite o feito ou milagre que dê fim na morte alojada em meus pulsos.
Não me alvejei os cabelos, nem me enruguei da face e nem do colo; estou em luto é pela serenidade, luto da leveza, do fascínio e do amor!
Foram se os versos, deixando-me tornar viúva da poesia.
Minha prosa conta pouco, e enquanto conto o tempo que não tenho o meu relógio passa acelerado, a minha inspiração murcha e o até vento antes vagaroso, agora é corrido...
Ainda sinto enquanto venta o poeta respirando amor, contos e cores, risos e flores, de amores ou de dores, mais pintando imagens multi-coloridamente-in-acabaveis no céu cinza-cor-de-saudade;
O rato poeta raro aqui, pulsando arrastado... Porém as palavras, ah! Essas morreram no poeta antes amarelo, hoje, amarelado.
Quando o palhaço agora grita amor, sopra palavras maltrapilhas com cheiro de loucura cor de abacate!
Da ponta rasgando o branco do papel agora apenas vômito, a minha prosa fez-se regurgito do meu desespero, e por favor, sem gelo na próxima dose de insatisfação.

Heterônimos

"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."

Álvaro de Campos

terça-feira, 31 de março de 2009

A Do Começo

É bom ver tudo caminhando bem, timidamente, mas bem. Como aquele bolo que cresce, dá uma murchadinha e você mete uma cobertura em cima pra disfarçar o buraco que aquela murchada deixou por alí.
Embora por mais doloroso que seja, no pensamento cobertura nenhuma consegue disfarçar as murchas frestas.
A memória acaba que tem tudo guardadinho e não faz questão de relembrar, pelo menos ainda não.
É parecido com a lembrança de uma tarde tão bonita que poderia passar melhor sem aquele tombo, embora cair não faça mal grave a ninguém.A gente cai quantas vezes for necessário pra que no fim saia andando sem apoio e aprende andar de verdade esperando o risco de novos tombos em tardes bonitas sem que sequer seja necessário se preocupar com os incrédulos, sabendo que ter fé é se preocupar com o próprio umbigo (gordo, mas umbigo) e não depender de migalhas, mesmo porque as tardes tão cheias de pombos por aí para recebê-las.
É dificil, mas é confortante acabar por perceber sozinha que a melhor parte dos problemas é superá-los e que picolé-de-limão-com-gosto-de-japonês-de-sunga é melhor que muita coisa, e aí, ah! Aí não há quem pague, não mesmo!
Mesmo tendo aprendido, tendo caído e tendo despensado migalhas eu ainda continuo a mesma do começo, aquela que pega as coisas do chão sem dobrar os joelhos.
A primeira sensação prevalece e ainda que de um jeito diferente eu novamente passo os dias como se estivesse em um lugar bom, com alguém que eu gosto...

Sobre o Meu Fetiche de Trepar com o Vento

Ele me beija sem delicadeza alguma.
Toca minha boca, e não apenas o meu rosto, mas também todas as partes do meu corpo. Pouco a pouco alcança dimensões extremas no meu organismo.
Fazendo meus olhos fecharem enquanto despenteia meus cabelos, dança por entre minha nuca e traz arrepios deliciosos, incapazes de serem causados por outrem.
Meus poros se abrem a abraçá-lo, aconchegando suas caricias aos meus pêlos.
Eu quase abro os braços, a fim de senti-lo escorregando pela minha cintura, invadindo-me!
Desvendando-me!
Seu beijo deixa-me sem saliva alguma, cortando meus lábios como uma navalha de uma lamina bem afiada, congelando minha língua num misto de prazer e dor lancinante.
Meu pulmão respira quase ofegante enquanto minhas pernas se movem lentamente e sem exatidão alguma.
O meu corpo se estremece totalmente afetado a cada tato da brisa no meu rosto.
O vento que baila em mim me traz aromas indescritíveis e fios de gelo insuportavelmente deleitáveis.
O que sinto quanto o vento me ataca?
Tesão.

Tarefa de Casa

Na minha cabeça um barulho me enoja, assoviando gritos sem parar.
Enquanto vejo gráfico, cálculos de física e resumos de matemática, assumo as memórias de uma vida vazia, que vai além de números e teses filosóficas.
Quase fecho os cadernos e livros;
Olhando com os olhos fechados penso em coisas...
... minhas dores bem maiores que velocidade média ou regra de três.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Acróstico Ausência

Assim como ontem à noite a lua no céu
Um sol agora amarelo e murcho está a pino em sua ida,
Sem sequer tocar-me os lábios com a boca que me mamou,
Encosta a porta do quarto e vai-te.
Noites várias, sempre assim em teu fel bombeando minha vulva,
Conhecendo o delicioso amargo do meio de suas pernas e
Irracionalmente desejando enfiar-te em mim de novo, por inteiro
Apenas esperando por gozar fios na sua ausência.

terça-feira, 17 de março de 2009

Noite Sem Fugas.

Por debaixo dos meus lençóis, a noite murmurava desatinos românticos a mim, revelando meu desespero e solidão.
Não haviam lagrimas, apenas gritos mudos saídos do meu peito, quebrando toda a sanidade e esperança que ainda continha nos meus olhos pequenos e rasgados.
O dia chegava, junto com o sol das seis da manhã, enquanto frases como “-ele não sabe amar” passavam pela minha cabeça.

domingo, 15 de março de 2009

Sobre a Fraqueza de Amar o Impossivel

Sobre a Fraqueza de Amar o Impossivel -
Um Amor de Verão (O Sol e a-mar).

Não havia nada que me cegasse tanto quanto os reflexos do seu brilho batendo contra as ondas da praia.
Fiquei sentada ali, completamente inerte em meio aquela floresta de pedras, apenas observando aquela luz que subia de acordo com a maré batendo nas rochas e molhando minhas pontas dos dedos.
Quando enfim chegou a tarde e aquele astro gigante foi se deitando sobre a água, era explicita a paixão dolorida daquele gesto que até mesmo o céu se redimiu e aceitou ser colorido em tons alaranjados, pintando a paisagem de mais um amor impossível, enquanto o sol beijava as ondas.
Meus olhos turvaram-se diante de tanta luz, e foi preciso ouvir o silêncio, o vendo chegar de olhos fechados.
Tão grande, o Sol num sinal de amor imenso debruçava-se sobre as águas salgadas, fazendo-se pequeno e dando espaço às estrelas acompanhadas da escuridão, esvaindo-se só pelo horizonte, convidando a lua a cuidar da sua praia.
O sol gemia, como se fosse uma tortura mortal ter que deixar de estar a pino brilhando sobre aquele oceano.
Quando a noite veio e ele gritou mudo toda a sua fraqueza perante seu amor, eu pude ver o quanto o sol era apaixonado pelo mar.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Os Dias.

Será que daqui a anos eu irei me lembrar de você?
Às vezes eu paro pra pensar.
Tantas coisas que passaram e há dias eu lembro e esqueço.

Eu acho que devo me apaixonar,
alguns dias acho que te amo...

Tenho tempo certo pro incerto,
dias contados.
Você me fala e eu nem acredito mais.
Talvez bem menos do que eu sempre quis,
mas é bem mais do que me faz sonhar.

Há dias que suas lembranças sou eu.
Há dias que minhas lembranças são você.
Há dias atrás pensei em confessar que me viciei em você...
Há dias te desejava,
e há dias que te desejo todos os dias.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Segunda Dama

Não há remédio pro mal feito!
Na janela que está não corre vento.
Deixando o quarto pintado do seu jeito,
Ela despenca dura do para peito!
Na rua moralista diziam – bem feito!
A moça quase não tinha defeito.
Mas foi falta de sorte e tremendo despeito
Ter ela dormido com o Senhor Prefeito.

(Em)Certeza

Eu sei, sou racional e madura o suficiente para não ficar no "e se", mas saber o quanto você se importa, importava e se importou comigo me abalou as estruturas...
Não acho nada em relação a isso. Não tem como achar. Mas...
E se...

Medo

De de repente você sumir.
Feito cheiro de café pela manhã.
Vai embora no ar, antes mesmo que eu termine meu omelete.

terça-feira, 10 de março de 2009

Havia Uma Fagulha (Ele Não Me Vê.)

Ainda viva como brasa velha de fogueira, dessas que fazemos ao luar.
Eu que jurava ter largado de mão isso de desejar mais que uma noite, isso de esperar ansiosamente as noticias guardadas no peito de outro alguém.
Romantismos, cuidados, querer bem, olhar por através de cegueiras.
Mas ali estava ele, em fagulhas, porém ali...
Eu mal o vi acendendo.
Depois de tanto tempo eu não consegui mais distinguir o calor afetando meu coração, me queimando devagar.
Quando enfim reconheci aquele ardor delicioso cor de laranja, como o coração acesso, eu implorei a mim a sinceridade com o sentimento e eu dormi implorando pelo seu coração junto ao meu.
Ah! Eu pedi aos céus, aos piratas para que roubassem seu amor para mim, ofereci recompensas a quem trouxesse refugiado seu coração! Clamei as estrelas, aos querubins, chorei ao cupido por sua causa, deitei debaixo da luz da lua e pedi ao seu brilho que me fizesse brilhar seu amor, roguei aos anjos e aos santos, mas foi Deus que no vento assobiou em mim uma musica.
Tentei encontrar mil modos de dizer, escrevendo cartas dedicadas a você, juro que assobiei mares nos seus tímpanos, porém não me ouvistes. Estava cego.
O que eu temia e minha alma estremecia aconteceu.
Você nem via, mas antes que eu pedisse a canção era pra ter visto nas minhas letras o pedido de amor.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Bebidas e outros solventes

Segunda-feira vem cortando meus ossos quase me convencendo que sou forte por conseguir levantar às seis da manhã mesmo com os neurônios derretendo, me dando a sensação de estarem quase escorregando pelos meus ouvidos, multiplicando por três o barulho de tudo.
Degraus, passos, grampeadores, teclas, um bom dia que seja já me é o suficiente pro meu rosto se corromper numa careta ordinária, me fazendo ouvir olhares gritando, narrando e decifrando minhas noitadas, cada ruga vinda do meu vicio, minha alma amassada e minhas marcas.
E nessa dimensão, o que me resta é falta, essa mordida insuportável do vento, uma mordida que não crava, faz um ato contrário, repuxa pele pra fora, fazendo os poros saltarem numa aflição louca. Sinto no ar a boca me pairando frouxa sobre a pele que procura alcançar desesperadamente seus caninos. Tenho marcas doloridas de solidão, contrapondo uns espaços picados pela seringa.

Embora minha curiosidade seja tamanha, o medo me afasta de uma nova experiência arriscada, de um pingo preto nesse mundo alaranjado, que ando mergulhando em uísque (confesso-me CULPADA!), mas é que há tanto do passado borrado no presente, que quase vejo o mesmo do meu futuro, numa exotérica taça de cristal.
Prazer, essa sou eu, procurando desculpas pra beijar mais uma noite nos meus copos cheios de vômito.


Meu grande amigo Mexicano e eu, Guiga:
André Ulle & Ingrid Regina

quarta-feira, 4 de março de 2009

O Tango da Aflição

Eu não entendo mesmo de onde sai essa aflição, essa angustia louca, essa amargura sem causa, ou então com muitos motivos juntos.
Deixam-me oca essa mistura de sentimentos tristes dançando em meu interior!
Quando chega este vazio e esta tristeza desesperadora meu juízo se esvai.
Sinto frio na barriga, minhas pernas tremem, meus olhos se dilatam, meu estomago embrulha e meu corpo se contorce numa cólica insuportável.
São movimentos involuntários do meu corpo, das minhas emoções, e eu não sei driblar os passos dessas loucuras dançantes, tristes e angustiantes.
Vejo-me prisioneira, me vejo pega, e no auge da minha desesperação me encontro sem saída, com os pulsos doendo de tanto sacudir-me, tentando me livrar dos fios duros dessa mortificação.
Essa tristeza me castiga com as mãos pesadas por entre minha cintura, essa aflição maluca me leva nos seus passos enquanto enfia suas pernas grosas por dentre minhas coxas e essa agonia me tortura maldosamente toda sensual no olhar!
E eu vou indo quase sem escolha, como se na dança de um tango frenético, onde a cada passo um osso se quebra, uma fratura dói e me corta um naco de alma.
Eu não sei de onde vem essa melodia que de tão pesada quase se torna leve, esmagando-me fundo com os olhos presos aos meus, num passo sensual e perigoso, essa dança impaciente, inquieta e esmagadora, na qual dançá-la torna do meu risco a morte por sucumbir-me a essa tristeza liquidante.

terça-feira, 3 de março de 2009

Meu Homem Fora do Meu Nordeste

Saudades, meu homem.
Meu céu,
Mel ser,
meu cheiro e mel.

Como vais?
Não voltarás?
Ai meu bem, porque estais
a deixar-me a penar?

Vem e toca-meque lhe desejo!
Ai meu deuso, vem e diga-me
os seus anseios,

e lhe faço a corte
dou-lhe toda prosa
mais que um sorriso
lhe entrego minha rosa.

E, tu dentro em mim,
resolva os desejo teus,
fazendo com que eu sinta em meu alegro mais de tu.

E se já não posso sonhar, chamego,
agora devo lhe confessar
que sem tu por perto estou sozinha
e sem teu cheiro fico a lhe esperar (imaginar, desejar, chorar e soluçar).


Dedicado a João Diniz .

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sonhos Brancos.

Entrei.
A casa inteira limpa, os tapetes de barbante limpos, a pia sem talheres ou copos sequer, as camas todas feitas, os armários sem pó, enfim, tudo impecavelmente perfeito.
Era fim de tarde e as minhas pernas doíam e sem mais cochilei numa das camas.
Sonhei ao pregar os olhos, um sonho louco. Tão vazio, e tão claro quanto nebuloso.
Havia um painel branco, enorme e branco.
Quando acordei estava ali, toda arrepiada, na cama ainda.
E da casa inteiramente limpa vi-me em minha alma vazia.
Tão limpa ela quanto a casa.
E tão vazia também.
Tão limpa como se ninguém nunca mais tivesse pisado os pés cheios de lama nela.
Tão desinfetada que dava medo.
Minha alma limpa amedrontou-me.
Vi então o que sonhei no meu sonho num branco infindavelmente branco, vazio e claro o suficiente pra ser sombrio, como minha alma.

Os Sonhos da Moça Como a Mãe de Deus

Primeira Cena
- O xixi
Maria chega ao banheiro vestindo uma regata branca e uma calcinha grande.
Leva um maço de cigarros, um roupão e duas toalhas que dependura num cabideiro.
Faz xixi com as calcinhas pelo tornozelo e depois dá descarga.
Abaixa a tampa do vaso sanitário e senta com as pernas encolhidas com os joelhos a altura do queixo, acende um cigarro, traga e então há um monologo narrado.

Segunda Cena
– A indecisão


Imagem: personagem pensativo fumando.

O Monologo (narração)
“ - E de que importa se ela é heterossexual e blá blá blá e não me quer por isso?
Posso muito bem superar e bola pra frente, até mesmo porque aquele carinha do colégio é muito simpático e muito bonitinho, deve ser bom de cama também, acho que eu namorasse com ele teríamos dois filhos, um menino e uma menina que se chamaria Emilia, mas em todo caso não sei bem não. E se eu não gostar mesmo de meninos, e se na verdade, minha felicidade estiver entre as coxas largas típicas de moça?
E se ela fosse bissexual? Poderia ficar com ela pra sempre... Quer dizer, isso se eu fosse menos complicada!
O moço do colégio estuda química, e eu pensando em história, publicidade, cinema ou letras. Nem decidi! E ele todo maduro! Não daria certo não, não namoraríamos.
Acho que nunca darei certo com alguém, sempre gosto de pessoas distintas, e nem sei, mas ele tem jeito de gay! E se ele for homossexual?
Mas eu também seria uma solteirona bem humorada, só.
Gosto de ficar só.
Minha casa estaria sempre organizada e nunca, ou quase nunca, teria farelos nos tapetes da cozinha.
Na verdade eu prefiro assim.
É. Vou estudar tudo, namorar meninos, casar com meninas, depois me divorciar, ter filhos, depois ir morar sozinha...
...Mas é muita coisa pra decidir tudo hoje, eu acho.”

Terceira cena
- Lavando com Água Seca.


Ao fim do monologo narrado Maria traga e o olha o cigarro quase no fim, expressando um ar de decidida, bem espontâneo, já que é um personagem indeciso e mal ensaia caras concretas, só esboça bem sorrisos. Depois, soltando a fumaça, levanta e entra na parte de dentro do box de banho; traga o cigarro, lança o cigarro perto do ralo e solta a fumaça; despi a regata e tira a calcinha.
Liga o chuveiro, e enquanto o jato revela seus cabelos até a cintura o cigarro é mergulhado com a espuma causada pelo sabonete, escorrendo até o ralo.

Saindo com o corpo enrolado numa toalha e outra no cabelo escreve no espelho embaçado: Maria de Deus.



Os Sonhos da Moça Como a Mãe de Deus , Mauá, 31 de Outubro de 2008, Roteiro/Curta Metragem, DE LIMA, Ingrid Regina.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lamaçal

E encontro-a atada nos fios de seu ninho de dor e desespero.
Andou comendo a lama crua do seu desamor.
É órfã de mãe e quase já não vê o pai.
Embora cansada, luta contra toda a sua rebeldia que custa ir embora.
A cada vinte e quatro horas passadas mais sua cor se esvai.
Tento impedir, pois é de se fazer qualquer coração partir o estado em que a vejo.
A cada tempo que passa menos a vejo sorrir ou gritar.
Pouco a pouco ela desiste de escapar.
Impossível tira-la dali:
Inconfortavelmente deitada na podridão que se fez seu existir.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Minha Alma e Eu

- Corre! – gritou minha alma pra eu - Anda corre!
Mas não posso ir.
Na verdade não sei pra onde iria.
Não tenho outro teto emprego fixo ou modo de viver.
Não venderei meu corpo, e não poderia levar nada mais que umas trocas de roupa.
Contestei a alma, meio inconscientemente.
- Vai, arruma a mochila! – insistia ela, sempre me cutucando os botões – Que que há? Anda logo e vai!
Quase ia.
Quase fico.
Quase vou.
Mas só? Somente sair? Só eu em mim?
Outra vez perante minhas dúvidas e covardias a alma gritou-me forte, bradando com ousadia:
- Menina, anda, corre! Vá em busca do amor que te merece e se pinte da cor da felicidade!
Foi tão encorajador ouvir três vezes a voz da minha alma.
Nem me dei conta.
Nem tinha mochila, nem dinheiro ou destino.
Nem tinha nada, só eu indo, e bem rápido.
Quando dei por mim ouvi de novo ela gritando, banhada de certeza.
Em tom de despedida e voz distante minha alma disse acenando:
- Mande um beijo às três-marias e abrace a lua por mim!

Cansaço de Amor Cansado

Tenho estado cansada de não escutar sua voz, e depois de tanta vontade e insistência, ter sua voz fria a fios de distância se torna pesado.
É ruim ver de longe ou não ver o que se passa.
Eu quase mal mastigo a aflição de que pode ter um alguém outro.

Tenho estado cansada de tanta falta de tempo, de tanto tempo sem papo.

Não mais dar tempos.
Os tempos que se dão, que dêem uns aos outros, os tempos que se danem.

Me sinto, sinto muito, mas ainda assim, é muito tempo sem ter-te, e se caso ter-te ser só dois dedos, ser só de passagem.

Tenho estado cansada de receber-me fria, te não escutar, de não ler-me em palavras bonitas.

Não posso mais achar plausível ler palavras antigas para me convencer que minhas queixas são penúria e que de ti tenho barriga cheia.

Tenho estado cansada de ter certezas guardadas que me são como incertezas juradas de desgosto.

Não posso mais com menos nada.

A cada segundo, a cada tempo que passa eu quero mais você, mais a gente.
Mais estrada, mais tempo pra eu decifrar você inteira.
Pra eu ter uma variedade de gestos, uma variedade de beijos, uma coleção de hálitos.

De menos, o único que almejo, é ter você menos cansada.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Papo de tempo, universitário ou mesa de bar...

Juro por deus do céu ou pela puta da terra que declaro maldita a bendita da hora em que eu nasci!
Durante minha adolescência toda me senti um peixinho fora d’água.
Enquanto escutavam baladas românticas no primário, eu queria saber de Ramones, de Sex Pistols e até mesmo de Beatles e Roliing Stones. Já usava couro, já falava palavrão aos quinze e na minha gaveta eu guardava camisinhas, cigarros e uma carteira de identidade adulterada.
Na minha agenda eu já tive fotos de meninas de biquíni, do Sid Vicious, John Lennon, Ringo Star, Madonna, Kurt Cobain, e da Cindy Lauper.
Na faculdade minha mãe me contestava sobre as garrafas, sobre os amigos dormindo em casa, sobre as amigas andando peladas, pelas paginas do hinário católico arrancadas e por ter mais pó nas minhas gavetas que num saco de cimento.
Eu aos trinta com a merda toda feita, não procurei nunca voltar atrás, fui sempre vivendo mais, perdida e meia.
Nunca amei nem fui amada, mas da pele sempre fui muito bem saciada!
Já vi corpo de homem e mulher pelada, mas alma de gente boa nunca encontrei.
Talvez não procurasse demais, ou não me vi capaz por milhares de vezes de me deixar sofrer. Agora também tanto faz, com amor ou não o tempo não volta mais.
(Lembrei-me agora do menino Fernandinho, um antigo namoradinho do cursinho)
Agora é cá eu em meio a toda a minha pouca eloqüência, descrevendo minha vida sem ciência de ter certeza ou razão de alguma farpa sóbria dela!
Mas a culpa foi toda de Deus, que me criou mesmo sabendo do meu destino, já vendo que pra minhas olheiras nem mil quilos de pepino dariam jeito de amenizar!
As marcas vêm vindo e não vou mentir, com essas muitas eu aprendi: eu bem vivi por pouco duvidar.
Não tenho sequer um bilhete de loteria, um risco, uma sorte, mas tenho vida vivida e histórias muitas pra contar, metade e meia delas todas vindas de papo de tempo, de carteira de universitário ou mesa de bar.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Bailarina das circunstâncias

Eu nunca consigo saber quando você vai voltar.
Eu nunca posso prever toda hora que vai me usar
Eu nem tento entender porque é que você não volta.
Eu já não posso ser tudo aquilo que te faz falta.

Em Partes

Eu odeio saber que ela sempre existiu e que eu sempre soube.
Odeio saber que não te conquistei com um olhar; só com um beijo.
É. Eu odeio saber que as suas atenções são dela, os seus amores pra ela, os receios e medos tão dela.

Eu odeio saber que é ela quem é a dona.
Eu odeio saber que as lembranças delas são maiores que as minha.
Que os beijos dela são mais longos que os meus beijos.
Que o gosto dela é mais intenso em você que o meu gosto.
Eu odeio saber que ela subjetivamente, ou não, afronta meus sentimentos e coloca-se em destaque só pra provocar.
Eu odeio saber que ela me instiga, ainda mais além de palavras bonitas; da cabeça aos pés.
Sim! Ela faz só por prazer! Por saber que eu odeio saber!

Eu odeio saber que ela sempre existiu e que eu sempre aceitei isso.
E odeio saber que ainda assim eu faço meu papel romântico e sigo amando.
E pior que amar, é saber que eu odeio saber...

– Amores: Huunf!

A Paródia

Ingrid Regina de Lima Garcia. Mesmo com pressa, despreza o elevador, são muitos degraus, vários, e ela ainda carrega uma mala enorme.
Doze.
Entra pelo corredor subitamente assustada com o estado do lugar, não se houve nada vindo das salas, nenhum ruído que dê a possibilidade de uma presença humana naquele lugar; ela se distrai com uma frase escrita a lápis na parede e entra no ultimo escritório. Experimenta a maçaneta sem leveza nenhuma, que não cede, a porta com o madeiramento todo empenado, consegue abri-la quando força o ombro. Uma sala suja, sem espécie nenhuma de presença humana, apenas uma praga que lhe escapa. Ela pensa em voltar ao corredor, pega-la, mais é surpreendida.
Atrás da mesa principal, uma moça linda, baixa, cabelos compridos, olhos penetrantes, ali, em cima de uma mesa, de roupa muito sensual, um espartilho curva ainda mais o vestido vermelho encarnado que ela usa com um decote esbanjador; parece que as coisas que vêm dela não ornam, nem com seu rosto, nem com sua pose, nem com sua arma estendida na mão direita com aquele ar de ameaça:
- Nessas horas, aí então você acende um cigarro. - disse a moça, a voz toda banhada em ironia, parece incrível como Ingrid parecia saber até de suas palavras – Estava te esperando
– Me esperava? Como? Ninguém soube que cheguei a tal ponto!
– Eu sabia que viria.
O desespero de Ingrid é confuso, fuma sete cigarros durante aquele dialogo podre em sarcasmo.
– A perdi. - Foi essa a resposta dura de Ingrid quando a moça a indagou sobre a vida.
Ingrid apenas se deslocou a um canto menos iluminado, fumou meio cigarro, e se lançou do parapeito da janela, porém existia uma barra fina de metal escondida entre as cortinas emp0eiradas (que fazia da sala de escritório uma penuria), que a impede de se jogar e cai desmaiada.
– Esperava que tentasse suicidar após a surpresa de eu não te matar. Preparei-me.
Quando Ingrid acorda vê a moça trancando tudo e desprezando as chaves.
– Não pode me prender aqui!
– Porque não, afinal você já perdeu a vida, não?
– Talvez ainda há saída, jeito razão, um amor...
Porém, os pensamentos que Ingrid tem a deixa menos otimista ainda que o comum, e é quando o conformismo a deixa menos ansiosa pela fuga. Em meio a seus penamentos rancorosos definhar ali não parece tão ruim:
– Talvez não exista mais nada pra mim.
– Ficaremos aqui então, por dez, vinte, ou cinqüenta anos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Anatomia

Não penso,
Não tenho mais cérebro; faltam-me neurônios.

Não choro,
Não posso ter lagrimas; perdi meus olhos.

Não beijo,
Não tenho boca; não há mais lábios.

Não há sexo,
Não tenho ânsia; faltam-me hormônios.

Não existe sensualidade,
Não tenho bunda e nem quadril ou coxas

Sou estéreo, me sumiu o útero.
Não posso ter filhos; não tenho seios.

Não mastigo, caíram meus dentes.
Nem sinto fome; não há estomago, tripas.

Minhas pálpebras são inexistentes,
Já não durmo mais.

Não há passos, pegadas,
Perdi os pés, pernas e os joelhos.

Não sinto aromas; estou sem narinas.

Não há cachaça pros meus rins.
Não há rins.
Não existem cigarros suficientes pro meu vicio.
Já não tenho pulmões.

Nenhuma aspirina pra minha ressaca.
Nada cura minha dor de cabeça; não tenho cabeça

Não existe um corpo,
Estou em decomposição.

- Respiro. -
Não respiro.
Não há fôlego, falta-me a laringe.

Grito e não tenho garganta.
Canto e não tenho diafragma
Toco mas não tenho dedos.
Escrevo mas não tenho mãos.

Quando quase sofro me convenço de que não tenho alma.
E, aí, quando eu quase amo, me lembro de que eu não tenho um coração.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Amante Feito Café

Andei gritando muda pelas linhas hoje cedo, e o pior não é nada (é tudo!)
A verdade é que este café amargo e frio d'outro dia, me fez relembrar o gosto seu quando por vezes foste minha.
Sempre que lhe tive outra já lhe tivera antes e o que me sobrava era um pedaço de sexo amargo e frio, no qual confesso, me deleitava.
Suas pernas finas dentro das minhas e sua boca chegando a vagar em lugares antes só meus me faziam rir e sussurrar algo cor de violeta transparente.
Quanto ao café, acabo de deixá-lo derramar-se sobre esta nota indigna de qualquer apreciação.