quarta-feira, 4 de março de 2009

O Tango da Aflição

Eu não entendo mesmo de onde sai essa aflição, essa angustia louca, essa amargura sem causa, ou então com muitos motivos juntos.
Deixam-me oca essa mistura de sentimentos tristes dançando em meu interior!
Quando chega este vazio e esta tristeza desesperadora meu juízo se esvai.
Sinto frio na barriga, minhas pernas tremem, meus olhos se dilatam, meu estomago embrulha e meu corpo se contorce numa cólica insuportável.
São movimentos involuntários do meu corpo, das minhas emoções, e eu não sei driblar os passos dessas loucuras dançantes, tristes e angustiantes.
Vejo-me prisioneira, me vejo pega, e no auge da minha desesperação me encontro sem saída, com os pulsos doendo de tanto sacudir-me, tentando me livrar dos fios duros dessa mortificação.
Essa tristeza me castiga com as mãos pesadas por entre minha cintura, essa aflição maluca me leva nos seus passos enquanto enfia suas pernas grosas por dentre minhas coxas e essa agonia me tortura maldosamente toda sensual no olhar!
E eu vou indo quase sem escolha, como se na dança de um tango frenético, onde a cada passo um osso se quebra, uma fratura dói e me corta um naco de alma.
Eu não sei de onde vem essa melodia que de tão pesada quase se torna leve, esmagando-me fundo com os olhos presos aos meus, num passo sensual e perigoso, essa dança impaciente, inquieta e esmagadora, na qual dançá-la torna do meu risco a morte por sucumbir-me a essa tristeza liquidante.

Um comentário:

Tati Tosta disse...

'gostei do balanço dessas linhas Guigas...'