domingo, 30 de agosto de 2009

Fernanda

Os lábios em tons vermelho
Chamariam muito mais a atenção
Se não fossem aquelas pupilas.
de Fernanda

Fernanda era penetrante
Tinha olhos mágicos,
de tão fundos e negros
Os olhos dela-
- quase assustavam.

Era magrela,
ela.
Pequena.
Cabelinho tigela,
E um jeito diferente de todas as crianças do parque
naquele dia.

Sentou de frente pra mim,
me olhou com aqueles olhos
(quase tremi)

Mastigando seu lanche
Quase compassada
seus olhos e maxilares.
Me fitando,
olhando minhas cores, com efeito, raio X.

Viu muito mais do que percebemos
- ela e eu-
Aquele jeito de balanças os cabelos
Fernanda mastigava
e
me olhava
e
controlava minha atenção
e
tudo isso ao mesmo tempo!

De repente uma voz:
“Fernanda, vem pra cá!”.
E os olhos de Fernanda se desviaram.

Um segundo de olhares trocados
Aquele dia me pareceu uma eternidade
Naquele aprendi
Uma coisa interessante:

Com os olhares dela
A menina
branquela
Com os olhares de Fernanda
Não
se brinca.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Baby

E, então, talvez agora a dor amenizou-se
Talvez nessa hora meu anjo canta.
Mas quanto aos dias, que vão e vem?
Eu não sei...

Ainda mordo o sangue,
ainda sinto frio.
Meu ventre murcho, á espera de outrem
Porém o coração ainda cheio de amor ao que se foi.

Bebe, eu te alimentei em meu interior
sugas-te me!
O meu colo te fez repousar, em mim movimentava-se.

Bebe, eu tive medo de fazer você chorar,
mas hoje choro eu, por não ter escuto chamando em minhas insonias.

Oh, bebe, esse cheiro que imprigna na alma.
Essa cor eternizada em minha memória,
Esse doce termo 'mãe' que agora pesa em meu peito

Saudades tão doloridas, dolorosas, duídas.
Tive tão pouco tempo,
Aprendi tão milhares de coisas

Ainda choro, diariamente, pelo meu filho.
Sinto sua pele como a de um recém-nascido,
porém não posso toca-lo

Agora a dor adormece, como meu filho, como o meu filho adormeceu
Minhas entranhas doem em pensar na perda
e meus cilios se juntam, em uma prece á Deus:

Obrigada Deus, pelo tempo concedido
Obrigada Deus, por feito nosso anjinho voar
Obrigada Deus, por me fazer entender
Obrigada Deus, por todos os meus dias, me consolar.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mal-estar

Levanto e deito o tempo inteiro, e embora não esteja tão frio, cobertores e um edredom me acompanham nessa intensidade mórbida.
Comédia romântica na T.V. nunca me satisfez, muito menos agora.
As vontades não vêm, e as que eu já tenho não passam.
Vômitos de alma, buracos no estomago.
Um puta indigestão de sentimentos.

Num Céu com Diamantes

Maluca!
Completamente desajeitada.
Biruta!
Nunca certa, sempre errada.

Não engulo muito bem
Essa sua mutação
Persuasões que não convém
Sempre geram indigestão

Bela posse de ninguém
Esses cachos e essas cores
Sempre culpando qualquer alguém
Pela tolice das suas dores

Seu descontento intolerante,
Maldita vadia inconstante
Deliciosa opressão tão desejada!
Sutil, inteligente e mal-amada.

Um misto febril e incolor
Pequenas curvas tão notáveis
Praga minha, grande dor.
Gestos e gostos detestáveis!

Era completa e tão válida
Agora é gélida, toda pálida.
Tão comum e incrivelmente igual
Parecida com todas numa órbita sobrenatural
Agora só mais uma completa banal.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tudo novo de novo

Algumas das coisas mais importantes que acontecem conosco o tempo todo, não está sob nosso controle. Aliás, a grande maioria das coisas não está; quase nada nunca está em nossas mãos.
A vida traz pacotinhos prontos de alegrias, desilusões, esperanças, decepções, superações, coisas incríveis e outras nem tanto assim.
Cada pacotinho com um misto de sentimentos é guardado numa caixa diferente, bonita e colorida; caixas contendo pedacinhos de vidas, sem data de validade, sem especificações, sem certeza alguma, a não ser que cada conteúdo é exclusivo, único e inovador.
Em alguns momentos, temos varias dessas caixas com pacotinhos diferentes, nos esperando expostas, como uma prateleira de supermercado.
Definitivamente essa é a parte mais difícil da vida: as escolhas.
As caixas precisam ser apreciadas, vivenciadas, admiradas ou até mesmo sofridas e dolorosamente passadas, porém aprendidas, absorvidas sempre, a cada sentimento, cada lição, cada cor...
A maioria dos sentimentos que passam por a gente o tempo todo, não está sob o nosso controle, afinal eles não fogem da regra, são as coisas importantes da vida!
Os nossos sentimentos vão além do imaginável, das cores previstas, de escolhas, medidas, muito mais do que os nossos dedos alcançam... Nunca vamos ter total domínio dos sentimentos e das vontades, até mesmo porque muitos dos nossos desejos são involuntários.
Alguns sentimentos são mesmo uns pacotes de sensações, que trazem pessoas e referencias consigo o tempo todo; algumas pessoas ficam presentes e acompanham nossas novas escolhas, novos sentimentos, novas sensações e referencias, mas por outro lado algumas pessoas são impossibilitadas de estarem conosco, por conta das escolhas próprias.
Não mandamos e nem nunca vamos mandar no gostar alheio...
A gente não define isso; pacotinhos que a vida nos entrega cheio de emoções não têm data de validade prevista, e aprender isso não é tarefa fácil. Saber que pessoas vão e vem, que dói quando elas vão e as vezes dói quando chegam, que enchem de duvidas, de medos e depois de alegrias e carinho...
A cada escolha sorteamos alguém pra fazer parte de nós, das nossas cores, e, aprendemos sempre com cada alma, cada pessoa, mas nunca sabemos o suficiente pra enfrentar os conflitos internos, as dúvidas, os medos de uma nova escolha!
Muitas vezes vamos acordar com uma saudade tão grande de caixas e escolhas antigas, de pessoas, saudades dessas que fazem um buraco no estomago! Mas, realmente não está no nosso controle os sentimentos dos outros, porque cada qual escolhe sua caixa em um momento diferente da vida, e é uma pena que ás vezes as escolhas de pessoas especiais sejam tão diferentes do tempo das nossas escolhas.
O importante é saber que a cada caixa é tudo novo... Tudo ainda parecerá como um muro gigante, como da primeira vez... Outra vez.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Thanks boys


Something in the way she moves, attracts me like no other love, something in the way she woos me.

I don't want to leave her now, you know I believe and how;

Somewhere in her smile, she knows that I don't need no other love

Something in her style that shows me

You're asking me will my love grow, I don't know. You stick around now it way show, I don't know.

Something in the way she knows, and all I have to do is thing of her, something in the things she shows me...

I don't want to leave her now, you know I believe and how!



Something - The Beatles





Thanks four liverpool's boys, thanks for show me the Darling...

I so miss you, Darling.