quarta-feira, 17 de novembro de 2010

De poco en pouco, llena la dolor.

Lo que pienso, poco importa.
Lo que quiero, poco pienso.
Lo que lloro es un corazon llorando solo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Contraditório

Eu, no silêncio das minhas dúvidas ouço o gosto dos labios seus; sinto na boca o cheiro cinza das suas feridas tão abertas... Pele sinestésica, arrepio. Desejo infidável do seu afago, tão (in)fortunamente meu.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu sou.

Dos meus gestos, do meu gosto
Das mãos e do rosto me fiz palhaça,
Pintada de amores, sou colombina camuflada;
Tal qual um pierrot que chora, sou Los Hermanos cantada.
Por mordidas, sou escrita inteira...
...devorada.
Sou brisa leve e melodia descompassada.
Feita de segredos, sou desvendada;
Na cama surda, grito muda, sussurro calada.
Pelas paixões, tensões, calamidades
Sou a seca da caatinga e a tempestade,.
Nada sensual, muito casual;
Se sou vulgar, sou Norma Jean Becker, usual.
Pela beleza sou beldade.
Pelas meias mentiras, sou verdade.
Dos meus complexos sou insegurança e loucura.
Devagar, divagando pela literatura,
Sou Lispector, espectro de Clarice.
Sou mau carater de alma boa,
Sou Fernando, sem nenhuma Pessoa.

domingo, 10 de outubro de 2010

Eutanásia (You don't know Jack)

A falta do teu sexo me incomoda.
É desconfortável...
... desconcertante.
Depressão no meu caso é doença terminal.
Então eu afirmo: minha solidão é escolha de suicídio não-assistido.

Fibra ótica - A cegueira depois dos copos

Eu vi nos teus olhos a agonia e a dor.
A solidão, feito uma anciã- ansiosa- ociosa fazia de mim uma pobre mulher de carne em prantos, de cabelo em pé.
Eu vi no reflexo invertido dos teus olhos meu desespero vestindo carmim
Nos devaneios dos olhares teus percebi a distancia com que habitava teu ego.
O espelho mentia, o reflexo invertia.
Minhas unhas mordiam a pele, os dentes rasgavam a atmosfera, devoraram a alegria. Minhas lagrimas alvejavam toda a euforia.
Eis que surjo refletindo novamente:
Depressão continua, fome insaciável, sede inconsciente de sexo inocente.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Morrer de amor em vão.

E agora, já que nem mais a solidão me faz companhia e nem a dor me conforta, resta-me chorar ao breu das divagações do silencio.
Se nada mais é capaz de consolar meu desespero, abraço a tristeza!
Profunda é a alegria da minha morte, cheiro ávido de fim que invade meus pulmões.
Sinto o conforto de quem já viu definhar o cansaço de viver amando em vão.

Poeminhas de Mini-Saia

Jogralzinho.
Como falta paz! E Deus, que falta faz o sossego.
Ai, que saudade! Maldita insanidade do meu apego!
Onde está minha paciência? Que faço, se nem a ciência explica
Como pode alguém viver
Sem você?


Mão-Boba

Aqui, uma moça, batom caqui, louca!
Tantas palavras bonitas em alemão...
Um giro de 360°, uma mente oca.
E eu tentando segurar sua mão boba.



Umidade irrelevante do ar.
Dia quente e seco
Como minha saliva procurando pelo seu
Corpo
-Torto.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

De 7 cabeças

Devo presumir que toda a decepção vem da fraqueza do envolvimento, da franqueza dos sentimentos e da pretensão da libido. Devo dizer também que as loucuras que estampam um rosto de mulher são tão lindas e pavorosas quanto a petrificante beleza instigante de Medusa.

Os resquícios de curiosidade se contrapõem com os medos da ansiedade, com a cautela e com a angustia do não saber bem o que se quer do outro...

Eis que surge a dúvida, aterrorizante, questionando meus sentidos sobre sua pele e sobre seus gestos.

Minha boca, pairando sobre o ar,
frouxa

Pedindo uma coleção infindável de hálitos ausentes,
Desejos transeuntes


Entre o que sei e o inconsciente.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Caetano Veloso - Você é linda

quinta-feira, 10 de junho de 2010

El Hombre de mi corazon

Não há quem controle a dor da lembrança
E nem quem abra mão da alegria da saudade
Só que não teve infância não sabe como é ter um avô
Que estoura pipoca e frita ovo com batata
Que conta histórias cumpridas sobre uma sopa de pedra
Que dorme sem você perceber enquanto tava contando uma piada, e ri no final.

Um avô muito bonito,
Muito bravo e muito bom.
Um avô que dava broncas em espanhol.

E eu não me esqueço da espingarda!
E nem dá tal sodinha, do frango que ele assava
Não consigo não chorar ao recordar os dedos dos seus pés.
E o seu chapéu enorme ele tirava quando chegava da rua
Sempre com algum docinho, balinha, tubaína

- Desce daí menina!
- Vô, faz pipoca doce?
- Não pode, ce acabou de comer manga.

Não podia tomar leite depois de comer manga
Não podia comer banana de noite
Não podia ter pepino na janta
Não podia ter medo de besouro
Não podia subir na arvore
Não podia sair no escuro
Não podia mexer na dentadura
Não podia balançar a cadeira pra traz

Mas podia brincar
Ouvir e contar piada
Comer pipoca doce e ver T.V.
Ouvir moda no rádio
Dar tiro com a espingarda
Colher manga, tangerina, laranja, tomatinho
Podia comer maracujá com açúcar
Podia comer pão de mel...
Podia abraçar um vôzinho
Podia.... já não pode mais.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O terno e o bebado

E o que é que há com os seguranças?
Acordar e pensar em quantas pessoas irá repreender?
De forma quase educada, se não fosse claro o gerúndio em excesso:
- Boa Noite, eu queria ta pedindo pra senhora não ta sentando dessa maneira, pois não é permitido ta colocando os pés em cima do bando e blábláblá
E porque raios aquele mendigo negro e bêbado não podia entrar no tal do estabelecidamente, se ele é mais digno que os seguranças?
Ele é só um bêbado, não se contentou com seu emprego medíocre, pois afinal nem tinha um emprego!
Nem patrão!
Nem nada de que se queixar, ou nem mesmo dividas a pagar.
Ele era apenas uma pessoa livre da sociedade, ou preso por ela...
E aquele segurança bobalhão....

Os cinco lados da moeda.

Qual é a coisa boa do lado ruim?
O pão quente ou o gergelim?
O orvalho na cidreira ou no alecrim?
A farinha, o aipim, a vaquinha e seu capim.
Vermelho de Rubi ou Verde de Jasmim?
Paula Palhaça ou Mônica Manequim?

Quaisquer coisas além de mim
Samba rock, ou algo assim
Não pode mover meus pés
Nem tocar meu tamborim
Nada nunca além de mim
Aluísio de Machado
Azevedo de Assis
Não pode recitar no meu sarau
Nem beijar um querubim

E o lado ruim da coisa boa?
Tá em Madrid ou em Lisboa?
No cacique ou na leoa?
Na tempero da patroa?
Ou é Mulata boa de bunda
Ou a bunda da mulata boa?

O lado bom da coisa ruim
É sambar bem miudinho
Tomar água de canudinho
É beijar devagarzinho

E o lado ruim da coisa boa
Isso eu não sei...
...só vivo a toa
Cada dia pra mim
Tem uma coisa boa do lado ruim.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

c' est pas vrai

- A gente é namorado - eu escutei ela dizer.
Eu realmente não encontrava as chaves. Não sei porque abri o portão.

Não me incomoda.

- O rosto não me incomoda, nem o cheiro, a voz, o jeito de falar rapido ou devagar, os devaneios, as caricias, as mãos, o samba, as pernas, a Natalie Portman, os joelhos, o rock, os ombros, o olhar, o Manu Chao, os olhos, a boca, a Nicole Kidman, os beijos, os pés, as meias, os dedos, os poderes, as intenções, a companhia, a inteligencia, a beleza, os Ramones, a sensualidade, oa livros, o espanto, a pele, a luz, os Beatles, os filmes, os papos, os ônibus. -

Não sou hipócrita, na verdade, me incomoda um pouco.

terça-feira, 30 de março de 2010

formspring.me

bla bla bla bla? http://formspring.me/tucame

quarta-feira, 10 de março de 2010

It Won't Be Long

Ela já não anda mais com as mãos nos bolsos, e seu cabelo não está sempre preso.
Os seus cachos até pareceriam mais bonitos, mas os meus sentidos já não a percebem.
Agora ela gosta de batom vermelho, e eu quase não a reconheço.
Se não fossem as músicas e os filmes minha memória seria um fiasco. Como ela consegue contradizer-se, depois de todas as criticas?
- Alô? Oi, eu não tô feliz e tenho medo.
O mundo lhe apresentou a vaidade, e ela gostou.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Inspiração humana


Quem sabe desta grande mulher que é também um mulherão? Quem pode conhecê-la?
Há um tempo desisti de pensar...
E quem inventa cachos tão soltos e mais ainda brilhantes que bonitos ou elegantes?
Se fosse folclore seria sereia boa, mas não poderia se fosse mitologia.
Quando dependesse do bom senso das mulheres ela seria linda, inteligente, fantástica... Porém não menos digna seria aos olhos de um homem: interessante, atraente e incrivelmente bela.
Se os ventos por sua vez a fizessem brisa, ou o Sol a enfeitasse de brilho e humor, ou se ainda mais longe fossem os encantos das bruxas que a transformasse em fada, mesmo assim não fugiria a realidade.
Afinal de contas, todos sabemos que esse beleza não é um mero recipiente de uma heroína, e até mesmo tais olhos e mãos podem esconder o quão magnífica é de verdade....
Se eu contasse ninguém acreditaria que não se mostra como verdadeiramente é para não machucar os nossos olhos e corações com tamanha delicadeza.
Brilha como os anjos, e eu a amo como tal.





Por Ingrid Regina, dedicado a esse pedaço de sol que sempre brilhará em minha vida, queridissima Professora Jóice.