segunda-feira, 9 de março de 2009

Bebidas e outros solventes

Segunda-feira vem cortando meus ossos quase me convencendo que sou forte por conseguir levantar às seis da manhã mesmo com os neurônios derretendo, me dando a sensação de estarem quase escorregando pelos meus ouvidos, multiplicando por três o barulho de tudo.
Degraus, passos, grampeadores, teclas, um bom dia que seja já me é o suficiente pro meu rosto se corromper numa careta ordinária, me fazendo ouvir olhares gritando, narrando e decifrando minhas noitadas, cada ruga vinda do meu vicio, minha alma amassada e minhas marcas.
E nessa dimensão, o que me resta é falta, essa mordida insuportável do vento, uma mordida que não crava, faz um ato contrário, repuxa pele pra fora, fazendo os poros saltarem numa aflição louca. Sinto no ar a boca me pairando frouxa sobre a pele que procura alcançar desesperadamente seus caninos. Tenho marcas doloridas de solidão, contrapondo uns espaços picados pela seringa.

Embora minha curiosidade seja tamanha, o medo me afasta de uma nova experiência arriscada, de um pingo preto nesse mundo alaranjado, que ando mergulhando em uísque (confesso-me CULPADA!), mas é que há tanto do passado borrado no presente, que quase vejo o mesmo do meu futuro, numa exotérica taça de cristal.
Prazer, essa sou eu, procurando desculpas pra beijar mais uma noite nos meus copos cheios de vômito.


Meu grande amigo Mexicano e eu, Guiga:
André Ulle & Ingrid Regina

Nenhum comentário: