terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um vida Cinematográfica

Não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Desde as poses feitas no espelho de manhã, onde eu despretensiosamente vejo meu rosto estampando um pôster de cinema.
As musicas que eu escuto e que vão se tornando parte desta trilha sonoro (in)existente.
E ainda existem as conversas que eu acabo escutando no ônibus e que se tornam detalhes do roteiro; há também o álcool e as drogas sempre presentes-distantes.
Não há atores no elenco e nem há direção de fotografia. Há apenas personagens magníficos, completamente instigantes físicos e intelectualmente. Há também os flash backs e ótimos cortes de cena, seguidos por erro de continuação.
Não sei se é o cansaço, se é depressão pré-parto, se são os olhos que doem ou se as veias.

Não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Um filme que exibe slides de fotografias particularmente intima como créditos iniciais. Um filme parado e enjoativo. Um filme com, com um roteiro bom e uma boa fotografia; uma boa trilha sonora e também coadjuvantes que não são atores.
Há dor o tempo inteiro, e se fosse mesmo “a movie” tela do cinema ou da T.V. sangrariam, possivelmente.
Me parece com um curta, mas está se tornando um média-metragem, mas realmente não sei se chegará á ser um longa.

Eu não sei muito bem porque sempre imagino minha vida como um filme.
Acho que faz parte de um vicio, como os cigarros que eu fumo, por exemplo; ou então parte dos livros que eu li, das histórias que ouvi, dos poemas que escrevi e dos filmes que eu assisti de mãos dadas, com beijinhos por todo o rosto, com carinhos e beijos com cheiro de pipoca caramelada disfarçado de chocolate.
Não, não se parece com uma comédia romântica, não é tão digno assim. É tão cômico! É um drama, é um suspense, é policial e fala sobre viciados, alcoólatras, homossexuais, jovens, meninas, adultos, caras babacas, pessoas de bom e de mau gosto.
É um roteiro inédito, e um filme que nunca vai pro cinema, são 300 flores de um cara gentil de um seriado qualquer é um disco copiado por um garota linda.
É um filme inusitado, sem previsão de tempo de duração e com créditos finais enormes, como em Titanic, ou nos filmes do Quentin Tarantino ou do Tim Burton.

Um comentário:

Klaus Merschbacher disse...

Muito boa essa crônica; A poesia requer imagens, com as quais moldamos os sentimentos pelas ideais que fazemos delas. (É uma concepção, não uma embalagem fechada, heim!) É como pensar num elefante voador: todos pensarão num elefante com asas, mas haverão cores, odores, paisagens e formas idiossincráticas, para cada ideia levantada por tais frases, versos, ritmos, sensações. Ou, como um filme do Tim Burton, he-he...