sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lamaçal

E encontro-a atada nos fios de seu ninho de dor e desespero.
Andou comendo a lama crua do seu desamor.
É órfã de mãe e quase já não vê o pai.
Embora cansada, luta contra toda a sua rebeldia que custa ir embora.
A cada vinte e quatro horas passadas mais sua cor se esvai.
Tento impedir, pois é de se fazer qualquer coração partir o estado em que a vejo.
A cada tempo que passa menos a vejo sorrir ou gritar.
Pouco a pouco ela desiste de escapar.
Impossível tira-la dali:
Inconfortavelmente deitada na podridão que se fez seu existir.

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